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Sindicato aponta irregularidades no recrutamento de enfermeiros gestores na Madeira

Lusa
20-08-2025 17:52h

O Sindicato Nacional dos Enfermeiros (SNE) acusou hoje o Serviço de Saúde da Madeira (Sesaram) de não recorrer às bolsas de recrutamento de enfermeiros gestores para ocupação de lugares vagos, considerando que se trata de uma “eventual irregularidade grave”.

Em comunicado, o sindicato diz que o Sesaram nomeou enfermeiros especialistas em funções de gestão, para lugares vagos na área de cuidados hospitalares e de cuidados de primários, sem recorrer às bolsas de recrutamento em vigor.

De acordo com o SNE, esta situação pode “constituir eventual irregularidade grave” no processo de recrutamento de enfermeiros gestores e, por isso, pediu “esclarecimentos adicionais e urgentes” ao serviço regional de saúde.

“As lideranças devem ter conhecimento, competência e compromisso com as linhas estratégicas definidas, sobretudo, numa área tão relevante para todos os cidadãos como a saúde”, refere o sindicato, adiantando ter apelado várias vezes à regularização da situação.

Face à denúncia, o Sesaram reagiu lamentando que o Sindicato Nacional dos Enfermeiros tenha optado por recorrer à comunicação social sem aguardar a resposta oficial sobre o assunto e declarou que a sua atuação “é e sempre será pautada pelo cumprimento integral da lei e das normas em vigor”.

O Sesaram explica que a constituição de uma reserva de recrutamento, resultado do procedimento concursal de junho de 2023, está em conformidade com o n.º 3 do artigo 32.º da Portaria n.º 153/2020.

“A reserva serve para preencher as vagas que venham a surgir, não implicando a ocupação imediata de todos os postos de trabalho”, esclarece, acrescentando que “a validade desta reserva é de 18 meses, período durante o qual o Sesaram poderá recorrer à mesma conforme as necessidades”.

O serviço público de saúde da Madeira informa, por outro lado, que em 2024 se registaram 11 saídas de enfermeiros gestores, dos quais cinco dos cuidados hospitalares e seis dos cuidados de saúde primários, sendo que as vagas foram ocupadas por candidatos aprovados e classificados no referido concurso.

O Sesaram adianta que alocou 42 enfermeiros gestores nos cuidados hospitalares e 22 nos cuidados de saúde primários, aos quais se somam seis enfermeiros gestores que desempenham funções de direção e três que se encontram em funções de interesse público fora da instituição.

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