Os técnicos de diagnóstico e terapêutica vão estar em greve nas duas próximas sextas-feiras, dias 12 e 19 de julho, na sequência da rejeição parlamentar de propostas que poriam fim “às desigualdades na carreira” dos profissionais.
Em comunicado, o Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde adianta que “mantém greves para as próximas duas sextas-feiras” de julho, na sequência do que dizem ser uma cedência do PSD às “pressões do Governo” e um recuo na votação que poria fim a desigualdades na carreira dos técnicos de diagnóstico e terapêutica.
Com a greve dos técnicos de diagnóstico e terapêutica podem ficar comprometidos vários serviços de saúde públicos, como exames ou meios complementares de diagnóstico.
A possibilidade de alterar o diploma de 2019, através das apreciações parlamentares apresentadas pelo PSD, BE e PCP em comissão de saúde, não aconteceu por um recuo estratégico do PSD, o qual só acentuará ainda mais as desigualdades relativamente a este grupo profissional”, refere a nota do sindicato.
A comissão parlamentar de Saúde esteve na quarta-feira a votar as propostas de alteração a um diploma de 2009 que estabelece o número de posições remuneratórias das categorias da carreira de especial de técnico superior das áreas de diagnóstico e terapeuta e define as regras de transição.
Para o sindicato, o PSD impossibilitou a alteração legislativa que “poderia cessar com as desigualdades e injustiças na carreira” destes profissionais de saúde.
O PSD apresentou um projeto de resolução em que requer um estudo ao Governo sobre o impacto orçamental das alterações que propõe, não sendo possível assim antes das eleições e de existir um novo parlamento fazer nada, caindo as propostas de alterações dos outros partidos, BE e PCP, que tiveram o voto contra do PS e abstenção do PSD e CDS/PP. Isto é inaceitável, o PSD cedeu à pressão do Governo, que condicionou o maior partido da oposição", refere o presidente do Sindicato no comunicado.
O sindicato já tinha anunciado na quarta-feira que pondera novas ações de luta e de protesto, tanto pela via sindical como judicial.
Os profissionais alegam que são “discriminados pelo Estado quando comparados a todos os outros trabalhadores da Administração Pública com o mesmo grau de exigência habilitacional e profissional e, em especial, a outros profissionais de saúde”.
O sindicato recorda que a problemática da revisão da sua carreira “nada tem a ver com a das restantes carreiras da função pública, uma vez que esta carreira não teve qualquer processo efetivo de revisão em 20 anos”.
A nova estrutura de carreira coloca 97% dos profissionais na categoria de base, apagando todos os anos de serviço, além de 75% ficarem na primeira posição remuneratória, quer tenham um ou 20 anos de serviço.