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OMS alerta para perigos de tarifas proibitivas e remoção de subsídios

LUSA
10-04-2025 18:39h

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou hoje que as tarifas aduaneiras decretadas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, a manter-se, poderão agravar a situação de muitos países africanos já duramente atingidos pela suspensão do financiamento de Washington.

A diretora do Departamento de Financiamento e Economia da Saúde da OMS, Kalipso Chalkidou, reconheceu as tarifas como “um grande problema", referindo que "quando se trata de países da África subsaariana, alguns com as economias menores e mais fracas parecem ter sido os mais afetados", durante uma coletiva de imprensa em Genebra.

Países como o Lesoto e Madagáscar podem ver "uma grande parte do seu Produto Interno Bruto (PIB) eliminado pelas tarifas, se estas se mantiverem", observando que, para muitos desses países, a ajuda financeira externa "é essencial para financiar o sistema de saúde".

Para alguns deles, a ajuda externa representa até 30% ou 40% do total das despesas de saúde, e a maior parte era norte-americana”, sublinha Chalkidou.

Assim que regressou à Casa Branca, em janeiro, Donald Trump decretou o congelamento de quase toda a ajuda financeira externa e desmantelou a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), um dos principais doadores mundiais.

Ao mesmo tempo, desencadeou uma guerra comercial com tarifas alfandegárias "recíprocas" proibitivas em dezenas de países.

A diretora também citou a dependência da África subsaariana em relação aos medicamentos importados.

A fatura de importação dos produtos deverá aumentar devido às dificuldades económicas que muitos países da região enfrentam e ao congelamento ou eliminação definitiva do programa norte-americano Plano de Emergência do Presidente dos EUA para o Combate à Sida (PEPFAR, na sigla em inglês), essencial na luta contra a sida.

 

"A situação é realmente muito crítica", acrescentou.

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