A China e a Coreia do Sul enviaram quatro milhões de dólares para o Centro de Prevenção e Controlo de Doenças de África (Africa CDC), anunciou hoje esta entidade, após os Estados Unidos cortarem o valor da sua ajuda.
O financiamento de quatro milhões de dólares, cerca de 3,8 milhões de euros, foi noticiado pela agência de informação financeira Bloomberg, que explicou que o continente recebe 84% do financiamento para cuidados de saúde provenientes de fora da região, incluindo os 500 milhões de dólares (477 milhões de euros) que os Estados Unidos se tinham comprometido e entregar.
Os EUA reduziram a ajuda para 385 milhões de dólares, cerca de 378 milhões de euros, deixando a agência de saúde pública africana com um défice de 115 milhões de dólares, quase 110 milhões de euros, disse o diretor-geral, Jean Kaseya.
"A nossa segurança é a vossa segurança", argumentou Kaseya junto das autoridades norte-americanas, ao mesmo tempo que conversa com o setor privado para garantir mais financiamento.
Os quatro milhões de dólares avançados pela China e pela Coreia do Sul são consequência e a primeira resposta ao congelamento da ajuda externa dos Estados Unidos.
No final de janeiro, O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu ordem para congelar a ajuda externa do seu país, canalizada principalmente através da USAID, uma organização da qual também ordenou o despedimento da maioria dos seus funcionários em todo o mundo.
A decisão provocou o pânico entre as organizações humanitárias de todo o mundo que dependem dos contratos dos EUA para continuar a funcionar.
No entanto, a 13 de fevereiro, um juiz federal bloqueou temporariamente a ordem de Trump, de congelar a ajuda externa dos EUA, enquanto outro tribunal suspendeu o desmantelamento da USAID.
De acordo com a ONU, os Estados Unidos são, de longe, o maior fornecedor de ajuda externa, com quase 68,9 mil milhões de euros investidos até 2023, representando 40% da ajuda humanitária global.