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Covid-19: Funcionárias de limpeza ao serviço do Metro do Porto retomam trabalho

LUSA
16-03-2020 18:22h

A Metro do Porto revelou hoje que estão “de volta ao trabalho” as cerca de 100 funcionárias de limpeza privada em serviço para a empresa que paralisaram esta manhã "por falta de material de proteção" da Covid-19.

A informação foi dada à Lusa por fonte da Metro do Porto pelas 14:30, depois de, esta manhã, as trabalhadoras da empresa de limpeza Iberlim, fornecedora da ViaPorto, subconcessionária da Metro, terem recusado trabalhar por falta de “luvas e desinfetante”, segundo disse à Lusa Eduardo Teixeira, do Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Atividades Diversas (STAD).

A Metro do Porto informou ainda, em comunicado, que a empresa “já tem disponível a nova solução de limpeza de largo espectro e ampla duração, que permite a impermeabilização de superfícies”, nomeadamente “o interior dos veículos e as zonas de contacto nas estações”.

A empresa refere ainda que, “de acordo com os ensaios realizados”, esta solução de limpeza “será eficaz na eliminação da Covid-19”. 

“A Metro do Porto vai começar, desde já, este produto na limpeza e impermeabilização dos veículos e estações”, acrescentou.

O STAD disse hoje de manhã que faltavam “luvas e desinfetante” às funcionárias da Iberlim ao serviço da ViaPorto.

Eduardo Teixeira, do STAD, frisou que o plano de contingência da empresa Metro do Porto "deve ser abrangente a todos os trabalhadores" e garantir que empregados de empresas privadas contratadas, seja de segurança ou limpeza, "estão tão protegidos como os do Metro".

Caso contrário, disse, aqueles trabalhadores colocam-se em risco e colocam em risco os restantes funcionários.

O sindicalista notou que "as empresas estão a começar a ficar com dificuldades em adquirir material de proteção", pois "todo o ‘stock’ disponível está a ser direcionado para o Serviço Nacional de Saúde (SNS)".

Em Portugal, o número de infetados pelo novo coronavírus subiu para 331, mais 86 do que os contabilizados no domingo, anunciou hoje a Direção-Geral da Saúde (DGS).

De acordo com o boletim sobre a situação epidemiológica em Portugal, divulgado hoje às 12:30, há 2.908 casos suspeitos, dos quais 374 aguardam resultado laboratorial.

Segundo a DGS, há três casos recuperados.

Os dados indicam que dos 331 casos confirmados, mais de metade (192) estão a recuperar em casa, 139 estão internados, 18 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).

De acordo com o boletim, há 4.592 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde. Desde 01 de janeiro foram registados 2.908 casos suspeitos.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou hoje o Conselho de Estado para quarta-feira para discutir a eventual decisão de decretar o estado de emergência, enquanto o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que Portugal e Espanha vão limitar a circulação na fronteira a mercadorias e trabalhadores transfronteiriços.

O Governo declarou na sexta-feira o estado de alerta no país, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão, e suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas a partir de segunda-feira, impondo restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.

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