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Trump assina ordem executiva para retirar os EUA de vários órgãos da ONU

Lusa
05-02-2025 11:16h

O Presidente norte-americano Donald Trump assinou ontem uma ordem executiva que retira os Estados Unidos de vários organismos da ONU e permite rever o financiamento de Washington à organização internacional sediada em Nova Iorque.

O decreto assinado pelo governante republicado retira os Estados Unidos do Conselho de Direitos Humanos da ONU, um órgão do qual não é um Estado-membro, mas apenas observador, visando proibir qualquer envolvimento futuro de Washington no organismo, embora o mecanismo exato de retirada como Estado observador permaneça incerto.

O texto alarga ainda a suspensão de todo o financiamento norte-americano à agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA). Os Estados Unidos e vários outros países suspenderam as suas contribuições financeiras para esta agência após acusações de Israel, em janeiro de 2024, de que alguns funcionários da organização tinham participado nos ataques do Hamas, em 07 de outubro de 2023, a território israelita.

A assinatura acontece no mesmo dia em que Trump deverá reunir-se no Sala Oval com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que há muito critica a UNRWA e acusou o Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas de ser tendencioso contra Israel.

"Sempre senti que a ONU tem um potencial tremendo, mas não está a corresponder agora. Tem sido ineficaz há muito tempo. Há uma grande esperança para ela, mas para ser honesto, não está a ser bem gerida", frisou Trump, em declarações aos jornalistas.

Após estas declarações, o republicando assinou as ordens executivas com o seu famoso marcador preto, dizendo que tanto a UNRWA como o Conselho de Direitos Humanos da ONU devem "pôr os seus assuntos em ordem".

"Precisam de ser justos com os países que merecem justiça", acrescentou, sem fazer referência direta às acusações de Israel.

Num comunicado divulgado antes da assinatura, a Casa Branca destacou que o Conselho de Direitos Humanos da ONU "demonstrou um preconceito consistente contra Israel" e permitiu que países como o Irão, a China e Cuba o utilizassem para se protegerem, apesar dos seus graves problemas de direitos humanos.

Na ordem executiva a administração Trump alega que "várias agências da ONU demonstraram um profundo preconceito antiamericano" e, por conseguinte, ordena a saída dos EUA do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, bem como o congelamento de fundos para a UNRWA, que presta apoio a mais de cinco milhões de refugiados palestinianos.

O documento exige ainda que o secretário de Estado analise e elabore um relatório sobre quais as organizações, convenções ou tratados internacionais que promovem "sentimentos radicais ou antiamericanos", mencionando especificamente a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) como uma das instituições que exigem uma "revisão acelerada".

Durante o seu primeiro mandato (2017-2021), Trump já tinha retirado os Estados Unidos do Conselho de Direitos Humanos da ONU, o principal fórum interestatal de debate sobre direitos humanos dentro das Nações Unidas. Washington voltou a integrar o organismo logo após Joe Biden ter assumido o cargo, em janeiro de 2021.

Trump suspendeu também no seu primeiro mandato o financiamento à UNRWA, exigindo que os palestinianos retomassem as negociações de paz com Israel.

Quando regressou à Casa Branca, em 20 de janeiro, Donald Trump assinou uma ordem executiva para retirar os Estados Unidos da Organização Mundial de Saúde (OMS), uma organização que tinha criticado duramente pela sua gestão da pandemia de covid-19.

 

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