A Unidade Local de Saúde (ULS) da Cova da Beira tem a funcionar a partir de hoje, na Unidade de Intervenção Cardiovascular da Covilhã, um procedimento cardíaco estrutural, para intervir em doentes com risco de AVC.
As primeiras intervenções foram feitas hoje e o coordenador da Unidade, Marco Costa, disse que o serviço que dirige vai continuar “a fazer história”, não apenas com doentes coronários, “mas também com doentes de acidente vascular cerebral (AVC), ajudando “a prevenir lesões cerebrais”.
O cardiologista explicou hoje que vai ser dada resposta a doentes com a triagem feita nos hospitais da Covilhã, Castelo Branco e Guarda e que são referenciados para a intervenção cardíaca estrutural por terem tido um AVC e para prevenir um segundo, ou porque correm o risco de terem um AVC se não fizerem o procedimento.
A Unidade de Intervenção Cardiológica da Covilhã entrou em funcionamento há um ano, na única zona sombra do país nesta área, e desde então foram atendidos 1.055 doentes e feitos 1.542 procedimentos.
“Mais do que triplicámos as expectativas iniciais”, referiu Dora Saraiva, enfermeira do serviço onde trabalha uma equipa interna e cinco externas, de cinco ULS do país, para garantir o atendimento “24 horas por dia, todos os dias do ano”.
Segundo Dora Saraiva, a média de idades dos utentes é de 71 anos e 69% são homens.
Dos utentes atendidos, em 465 foram feitas angioplastias e, desses, mais de 300 “fizeram o tratamento coronário com enfarte, 165 com a coronária tapada, doentes “com um risco muito elevado de mortalidade, se a coronária não for aberta atempadamente”.
“Havia claramente perdas em termos de sobrevida dos doentes. Nós conseguimos ganhar proximidade no tratamento dos doentes”, realçou Marco Costa, que sublinhou já não terem de ser transferidos para outras zonas do país e reduzirem as hipóteses de sobrevivência sem esta resposta na região, que serve uma área de influência de cerca de 300 mil pessoas.
A diretora clínica para a área dos cuidados de saúde hospitalares, Rosa Ballesteros, considerou que com a Unidade de Intervenção Cardiovascular a ULS se conseguiu “diferenciar um bocadinho mais”.
“Há coisas que marcam a diferença entre a vida e a morte, e esta é uma delas”, acrescentou a administradora, segundo a qual a ULS da Cova da Beira “está no bom caminho”.
Segundo o coordenador, Marco Costa, no horizonte está a implementação da desnervação de artérias renais nos doentes com hipertensão arterial refratária ou intervenções valvulares.