Angola quer erradicar pelo menos uma das 17 doenças tropicais negligenciadas (DTN) prevalecentes no país até 2030, concentrando esforços no verme da Guiné, segundo um comunicado da Organização Mundial da Saúde hoje divulgado.
Desde que o primeiro caso de verme da Guiné foi notificado na província do Cunene em 2018, o país registou 134 casos, incluindo 131 infeções em animais e três casos humanos, refere a OMS, acrescentando que, antes de 2018, Angola tinha controlado a doença e estava para ser declarada oficialmente livre do verme da Guiné.
De acordo com o secretário de Estado para a Saúde Pública angolano, Carlos Pinto de Sousa, citado no documento da OMS das 21 DTN existentes no mundo, 17 prevalecem em Angola agravando a pobreza nas comunidades.
“Angola precisa de vencer o desafio de eliminar pelo menos uma DTN até 2030 e honrar os compromissos nacionais e internacionais de combate a estas doenças”, disse Carlos Pinto de Sousa, apelando ao envolvimento de todos, especialmente dos doadores, para mobilizar mais fundos para eliminar as DTN”.
Na data em que se assinala o Dia Mundial das Doenças Tropicais Negligenciadas, o Governo de Angola e os seus parceiros “renovaram o compromisso de acelerar os esforços de erradicação e eliminação destas doenças, particularmente o verme da Guiné, a lepra e a tripanossomíase que continuam a afetar a saúde e o bem-estar da população”.
Numa outra nota de imprensa, o Ministério da Saúde angolano (Minsa) salienta que Angola se encontra na fase de eliminação da lepra, com uma taxa de deteção de dois casos por 100.000 habitantes e uma prevalência de menos de um caso em 10.000 habitantes.
“Estas doenças surgem particularmente em comunidades remotas, criando ciclos de pobreza, causando sofrimento imensurável, porque debilitam, desfiguram, incapacitam e podem ser fatais”, diz o ministério, acrescentando que o combate às DTN e à lepra “é um investimento na equidade em saúde”.