A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, garantiu hoje que não está previsto acabar com a Direção-Executiva do Serviço Nacional da Saúde (DE-SNS), estrutura que “precisa de tempo” e está a ser transformada.
“Neste momento não está em cima da mesa acabar a direção executiva. A transformação [da direção executiva] era uma transformação esperada, anunciada e previsível”, disse Ana Paula Martins quando falava aos jornalistas, em Gondomar (distrito do Porto), à margem da inauguração da Unidade de Ambulatório Saúde Mental na Comunidade, uma estrutura da Unidade Local de Saúde de Santo António.
Ana Paula Martins reiterou que acredita no papel da DE-SNS, mas “não com as atribuições, a dimensão e a organização que foi feita pelo Governo anterior”.
“Sempre o verbalizamos, até enquanto oposição na altura. Mas isso não nos impede de assumir que precisamos de dar tempo à direção executiva. O novo formato é mais adequado ao que nós preconizamos no modelo de governação do SNS”, referiu.
Esta semana, em entrevista ao Público e à Renascença, o ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, admite que a DE-SNS pode ou não continuar a existir, dependendo da sua eficácia, que, para já, avalia negativamente.
“Não está a correr bem”, declarou.
Confrontada com esta opinião, Ana Paula Martins considerou que Castro Almeida não terá sugerido o fim da DE-SNS, e defendeu a estrutura como “a trave mestra para a coordenação da rede do SNS do ponto de vista operacional”.
Criada pelo anterior Governo socialista, a DE-SNS tem agora o seu terceiro diretor-executivo, após o pedido de demissão de António Gandra d’Almeida na sexta-feira na sequência de notícia da SIC sobre alegadas irregularidades antes de assumir o cargo, pedido que foi aceite de imediato pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins.
Na terça-feira foi anunciado o nome do economista e professor universitário Álvaro Santos Almeida como novo líder da estrutura.