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Covid-19: África do Sul vai revogar 10.000 vistos a chineses e iranianos

LUSA
16-03-2020 12:25h

A África do Sul vai revogar cerca de 10.000 vistos emitidos este ano a cidadãos chineses e iranianos devido ao novo coronavírus, passando a exigir também vistos a pessoas oriundas de países afetados.

O ministro da Saúde da África do Sul, Zweli Mkhize, afirmou que um encerramento total pode ser necessário caso as novas medidas anunciadas no domingo, como a restrição de viagens e o encerramento de escolas, não se provem eficazes.

O governante alertou para o alto risco de transmissão do novo coronavírus devido "ao problema da desigualdade" na sociedade sul-africana.

Além de revogar os 10.000 vistos, as autoridades sul-africanas exigem agora um visto a pessoas com origem em países como Itália ou Estados Unidos da América - que anteriormente não o requeriam.

Os sul-africanos temem que a transmissão do novo coronavírus e da doença por si provocada, a Covid-19, seja potenciada pelos agrupamentos de pessoas nas cidades e nos transportes públicos.

Os casos confirmados na África do Sul têm duplicado a cada dois dias e as autoridades contabilizam agora 61, uma taxa que o ministro diz ser "explosiva".

O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 6.400 mortos em todo o mundo.

O número de infetados ronda as 164 mil pessoas, com casos registados em pelo menos 141 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 245 casos confirmados. Do total de infetados, mais de 75 mil recuperaram.

O epicentro da pandemia provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) deslocou-se da China para a Europa, onde se situa o segundo caso mais grave, o da Itália, que anunciou no domingo 368 novas mortes e que regista 1.809 vítimas fatais.

O número de infetados em Itália, onde foi decretada quarentena em todas as regiões, é de quase 25 mil, praticamente metade dos cerca de 52 mil casos confirmados na Europa, que regista mais de 2.291 mortos.

Até à meia-noite de sábado (16:00 horas em Lisboa), o número de mortos na China continental, que exclui Macau e Hong Kong, subiu para 3.199, após terem sido contabilizadas mais 13 vítimas fatais.

No total, o país soma 80.844 infetados, registando apenas 20 novos casos, e a Comissão Nacional de Saúde informou que, até à data, 66.911 pessoas receberam alta após terem superado a doença.

Além de China e Itália, os países mais afetados são Irão, com 724 mortos (113 novos), Espanha, com 288 (152 novos), e França, com 91 (11 novos).

Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China na zona do surto.

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