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Transações suspeitas nos casinos de Macau atingem novo recorde em 2024

Lusa
16-01-2025 03:13h

O número de transações suspeitas registadas em casinos de Macau atingiu um novo recorde em 2024, subindo 11,8% em termos anuais, com as receitas de jogo na região chinesa em retoma após a pandemia.

O Gabinete de Informação Financeira (GIF) revelou que as seis operadoras de casinos em Macau submeteram, no total, 3.837 participações de transações suspeitas de branqueamento de capitais ou de financiamento do terrorismo.

Num comunicado divulgado na quarta-feira, o GIF sublinhou que tinha recebido 3.431 participações em 2023, o anterior recorde anual.

O gabinete aponta "o aumento no número de participações de transações suspeitas reportadas pelo setor financeiro" como a principal razão para uma subida de 13,7% no número total de transações suspeitas.

Em 2024, o GIF recebeu 5.245 participações, sendo que 73,2% vieram das concessionárias de casinos, enquanto 20,9% vieram de bancos e seguradoras e 5,9% de outras instituições e entidades.

Os setores referenciados, incluindo lojas de penhores, joalharias, imobiliárias e casas de leilões, são obrigados a comunicar às autoridades qualquer transação igual ou superior a 500 mil patacas (cerca de 60.500 euros).

Do total de 5.245 participações, o GIF remeteu no ano passado 142 transações suspeitas ao Ministério Público para investigação, mais 26 do que em 2023.

Em 2024, o setor do jogo em Macau arrecadou um total de 226,8 mil milhões de patacas (27,5 mil milhões de euros) em receitas, mais 23,9% do que no ano anterior.

Estes valores permanecem longe do registado antes da pandemia, em parte devido à quebra do chamado jogo VIP (grandes apostas), após a detenção, em novembro de 2021, do líder do maior angariador de apostas VIP do mundo.

O antigo diretor executivo da Suncity, Alvin Chau Cheok Wa, foi condenado em janeiro de 2023 a 18 anos de prisão por branqueamento de capitais, num caso que fez cair de 85 para 18 o número de licenças de promotores de jogo, conhecidos como ‘junkets’, emitidas em Macau.

Em março de 2022, um relatório anual do Departamento de Estado dos EUA disse que a detenção de Chau “põe em dúvida o futuro do negócio dos ‘junkets’ e das atividades ilícitas que eles muitas vezes facilitam”.

No entanto, no documento designou Macau como um dos principais pontos de branqueamento de capitais a nível mundial.

Segundo o relatório anual do GIF, Macau era o único membro do Grupo Ásia-Pacífico Contra o Branqueamento de Capitais que cumpria “todos os 40 padrões internacionais” sobre a prevenção da lavagem de dinheiro, do financiamento do terrorismo e da proliferação de armas de destruição em massa.

O GIF de Macau assinou acordos para a troca de informação com 33 países e territórios, incluindo a Unidade de Informação Financeira da Polícia Judiciária de Portugal, em 2008, a Unidade de Informação Financeira do Banco Central de Timor-Leste, em 2018, e, em 2019, o Conselho de Controlo de Atividades Financeiras do Brasil e a Unidade de Informação Financeira de Cabo Verde.

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