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Universidade Nova lidera novo laboratório na China de eletrónica flexível

Lusa
16-01-2025 05:20h

A Universidade Nova de Lisboa está na liderança de um laboratório sino-europeu, na China, dedicado à eletrónica flexível, de aplicações biomédicas a células solares que podem ir para o espaço, disse a cientista Elvira Fortunato à Lusa.

A Universidade Nova de Lisboa lidera, no lado europeu, o Laboratório Conjunto de Materiais Eletrónicos China-União Europeia, que vai nascer em Hefei, capital da província de Anhui, no leste da China.

O consórcio foi reforçado recentemente pela entrada da Universidade de Valência, no leste de Espanha, e conta ainda com o apoio da Academia Europeia de Ciências, disse a antiga ministra portuguesa da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (2022-2024).

Fortunato indicou que o laboratório vai trabalhar “muito na área da eletrónica flexível e na parte da eletrónica sustentável” e deu como exemplo aplicações biomédicas, incluindo “membranas com eletrónica que se podem conformar, por exemplo, à pele”.

Outra área de investigação deverá ser o desenvolvimento de células fotovoltaicas flexíveis, que possam mesmo “ir para o espaço, com baixo peso e conformáveis a outras áreas”, explicou a cientista.

O acordo para a criação do laboratório conjunto foi assinado em junho, mas o edifício que vai albergar a instituição ainda está a ser construído “de raiz” em Hefei, disse Fortunato.

“Eles estão também a candidatar-se aqui na China a fundos, para montar o laboratório”, disse a investigadora, em Macau.

Fortunato e o marido, Rodrigo Martins, conhecidos por terem inventado, com colegas, o chamado “papel eletrónico”, o primeiro transístor feito de papel, encontram-se na região semiautónoma chinesa, onde deram, na quarta-feira, uma conferência sobre materiais avançados sustentáveis.

“Parte da instalação do laboratório já foi aprovada, já tem financiamento” e deverá começar a funcionar “o mais tardar em 2026”, disse à Lusa Martins, que é presidente da Academia Europeia de Ciências desde 2018.

Fortunato notou que, após o laboratório estar montado, o programa prevê o intercâmbio de pessoal e de alunos chineses e portugueses de doutoramento e a organização conjunta de seminário e outros eventos académicos.

Fortunato e Martins irão de seguida deslocar-se a Hefei para um encontro com o governador da província de Anhui, Wang Qingxian, e ver de perto a evolução do laboratório.

Do lado chinês, o consórcio é formado pelos Institutos de Ciências Físicas da Academia Chinesa de Ciências em Hefei, a Universidade de Fuzhou (sudeste), o Centro Internacional China-Europa de Inovação em Materiais Eletrónicos, e a empresa privada Visionox.

Fortunato sublinhou que a Universidade Nova de Lisboa já tinha uma colaboração científica com a Universidade de Qingdao, no leste da China, mas que este será o primeiro laboratório conjunto a ligar os dois países.

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