O Crescente Vermelho Egípcio começou já a preparar camiões de ajuda humanitária para entrar em Gaza a partir da passagem de Rafah, fechada desde maio passado, após o acordo de tréguas entre Israel e Hamas, segundo fontes da organização.
As fontes, que pediram anonimato, indicaram à agência noticiosa espanhola EFE que os comboios de ajuda humanitária estão prontos para entrar no primeiro dia em que o pacto entrar em vigor, para prestar assistência aos palestinianos no enclave “devastado e atolado numa catástrofe humanitária”.
A partir do Cairo também, fontes dos serviços de segurança egípcios, citados pela imprensa local, adiantaram que as autoridades locais “estão em negociações para abrir a fronteira palestiniana de Rafah para permitir a entrada de ajuda internacional".
O Egito “está a preparar-se para entregar o máximo de ajuda possível à Faixa de Gaza”, disse a fonte, pouco depois do anúncio de um acordo de trégua entre Israel e o Hamas, após mais de 15 meses de guerra.
Em Paris, a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) pediu hoje que o cessar-fogo anunciado em Gaza permita à imprensa internacional entrar no enclave de forma independente “o mais rapidamente possível”.
“Após o acordo de cessar-fogo, o trabalho dos repórteres locais e internacionais é mais crucial do que nunca”, disse o diretor-geral dos RSF, Thibaut Bruttin, em reação ao anúncio.
Por isso, o chefe da organização de defesa da liberdade de imprensa, com sede em Paris, sublinhou que “os jornalistas internacionais devem aceder ao território sitiado o mais rapidamente possível e de forma independente”.
Desde o início do conflito, em outubro de 2023, a RSF apresentou quatro queixas ao Tribunal Penal Internacional (TPI) pelo que considera assassínios deliberados de jornalistas palestinianos pelas forças armadas e autoridades israelitas.
A organização reitera “o seu apelo ao TPI para que leve a julgamento os autores de crimes internacionais contra jornalistas em Gaza”, acrescentou Bruttin.
“Continuaremos os nossos esforços para apoiar o jornalismo no enclave”, disse o diretor-geral da RSF, que lembrou que, durante os últimos 15 meses, os jornalistas de Gaza sofreram com fome, difamação, ameaças, ferimentos e mortes.
“Apesar do que sofreram, continuaram a trabalhar. Os jornalistas em Gaza representam a honra do jornalismo”, concluiu Bruttin.