O projeto “Bata Branca” garantiu num ano quase 29 mil consultas a utentes sem médico de família no concelho de Leiria, revelou à agência Lusa a vereadora Ana Valentim.
Segundo Ana Valentim, o projeto entrou em funcionamento em janeiro de 2024, nos centros de saúde de Bidoeira de Cima, Milagres, Colmeias, Monte Redondo, Monte Real, Regueira de Pontes, Santa Eufémia, Santa Catarina da Serra, Souto da Carpalhosa e Bajouca.
Neste momento, encontra-se em 15 unidades de saúde, tendo, um ano volvido, garantido 28.808 consultas efetuadas por 22 médicos.
A vereadora adiantou que a Câmara Municipal já despendeu perto de 250 mil euros no “Bata Branca” e esclareceu que nenhum dos centros de saúde onde este projeto foi implementado devido à falta de médicos para os cuidados de saúde primários foi excluído após a garantia de clínicos.
Questionada sobre se está previsto algum reforço neste projeto em termos de médicos ou centros de saúde, a autarca declarou que “por agora não” e referiu que “o projeto só não se encontra a funcionar na zona urbana”.
“O projeto é essencial para prestar cuidados de saúde primários à população. Para além de garantir as consultas, é garantido também o receituário, bem como os exames complementares de diagnóstico”, afirmou Ana Valentim, que tem, entre outros, o pelouro do desenvolvimento social.
A vereadora destacou ainda que esta “tem sido a única forma de garantir que as unidades de saúde se mantenham abertas e sejam prestados cuidados de saúde à população”.
A comparticipação da Câmara de Leiria no “Bata Branca” é de cerca de 30%, sendo a maioria do financiamento assegurado pela Unidade Local de Saúde da Região de Leiria.
A operacionalização compete à Misericórdia de Leiria.
Em junho, num balanço do projeto, a autarca salientou que “não compete às câmaras a contratação de médicos para afetar aos centros de saúde”, reconhecendo, contudo, a mais-valia da iniciativa: “Para todos os efeitos, nós neste momento temos os 25 centros de saúde do concelho abertos e, se os temos todos abertos, devemos ao projeto”.
“Esperamos que o Serviço Nacional de Saúde contrate médicos para afetar aos centros de saúde e que os centros de saúde passem para as USF [unidades de saúde familiar] modelo B [com incentivos financeiros por objetivos]”, para ter “alguma estabilidade no corpo clínico”, disse, na ocasião.
Hoje, Ana Valentim reiterou que, se tal vier a suceder, “eventualmente, o projeto ‘Bata Branca’, gradualmente, poderá não ser necessário” nas freguesias onde atualmente está implementado.