O Hospital Compaixão, de Miranda do Corvo, no distrito de Coimbra, vai abrir em 2025 uma unidade de cuidados paliativos com 20 camas para dar apoio à zona do Pinhal Interior.
O anúncio foi feito hoje pelo presidente da Fundação ADFP (Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional), proprietária da unidade hospitalar, depois de comunicar o cancelamento da visita da ministra da saúde, prevista para esta manhã, devido a uma da indisposição durante a viagem.
“Queríamos que a senhora ministra conhecesse muito bem todas as potencialidades do Hospital Compaixão, que ultrapassa esta unidade de cuidados paliativos, e a cooperação que podemos ter com o Serviço Nacional de Saúde, nomeadamente nas cirurgias, consultas e atendimento complementar”, salientou aos jornalistas Jaime Ramos.
O presidente da instituição reiterou que a unidade hospitalar precisa de um acordo de cooperação com o Serviço Nacional de Saúde (SNS), “que abranja cirurgias, que ainda não começámos a fazer, para atenuar a listas de espera que existem em muitas especialidades, consultas externas de especialidades e serviço de atendimento permanente, que evite deslocações desnecessárias a um serviço de urgência”.
“Queremos fazer um atendimento complementar aos centros de saúde que resolva muito das situações das populações [do Pinhal Interior], evitando que tenham de recorrer às urgências muito diferenciadas - do Pediátrico aos Hospitais da Universidade de Coimbra -, que melhore a qualidade de vida das pessoas e, por outro lado, beneficie as urgências de Coimbra e as outras pessoas que precisam mesmo de um serviço de urgência”, sublinhou.
Jaime Ramos frisou ainda que o Hospital Compaixão, aberto em 2019, sem acordo de cooperação com o SNS, foi “muito maltratado” pelo Governo socialista de António Costa, que “não deu oportunidades de diálogo” e que, na altura da pandemia da covid-19 “foi montar hospitais de campanha num pavilhão gimnodesportivo e noutro a poucos quilómetros na vila da Lousã”.
“Ainda recentemente estavam a enviar doentes destes concelhos [do Pinhal Interior] para Albergaria-a-Velha, em hospitalização de retaguarda dos Hospitais da Universidade de Coimbra, a preços acima da tabela, quando tinham em Miranda do Corvo um hospital vago”, enfatizou.
Segundo o dirigente, o SNS “gastava dinheiro e tratava as pessoas de uma forma desumana, impedindo que as famílias fossem visitar os seus doentes a mais de 100 quilómetros, o que, felizmente, está a ser alterado”.
O presidente da Fundação ADFP anunciou ainda que, também em 2025, a instituição vai avançar com a requalificação do antigo Hospital da Misericórdia da Lousã (distrito de Coimbra), adquirido em 2023, para instalar uma unidade de cuidados continuados.