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PAN pede ao Governo “compromisso político” com SNS e alerta para falta de profissionais

LUSA
07-11-2024 19:34h

A porta-voz do PAN pediu hoje ao Governo “compromisso político” e investimento no Serviço Nacional de Saúde, a propósito da crise no INEM, advertindo para “fragilidades do ponto de vista de recursos humanos”.

Esta posição foi manifestada pela deputada única do PAN, na Assembleia da República, depois de vários partidos terem dirigido duras críticas à ministra da Saúde a propósito dos problemas recentes registados no INEM.

Interrogada sobre a possibilidade de demissão da ministra da Saúde - pedida hoje pelo BE de forma direta e depois de PS e Chega terem pedido ao primeiro-ministro que avalie se há condições para Ana Paula Martins se manter no cargo - Inês Sousa Real admitiu que a governante se encontra numa situação de “fragilidade política”, mas não foi tão longe.

“As condições em que se encontra o SNS não se devem apenas e exclusivamente a este Governo, mas sim aos sucessivos governos PS e PSD e nessa medida entendemos que apesar da situação de fragilidade política da ministra não se resolve com comissões parlamentares de inquérito”, considerou, numa referência ao facto de a IL ter hoje admitido a possibilidade de um inquérito parlamentar sobre a situação da emergência médica em Portugal.

A deputada única apelou a um maior investimento no SNS e nas carreiras de diversos profissionais de saúde, e frisou que “este é o tempo do compromisso político e não do ‘show off’” através da “banalização das comissões parlamentares de inquérito”.

Inês Sousa Real considerou “preocupante que a senhora ministra tenha demorado mais de uma semana a sentar-se à mesa com os sindicatos e que tenha sido precisa a morte de mais de sete pessoas para que efetivamente se tenha conseguido chegar a um princípio de uma solução”, referindo-se ao facto de o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) ter decidido hoje suspender a greve às horas extraordinárias depois de ter assinado um protocolo negocial com o Ministério da Saúde.

Para o PAN “há ainda um longo caminho a percorrer” para que se garanta o “número de técnicos que permitam, em matéria de emergência médica, dar a resposta que é necessária”.

“É fundamental olharmos não apenas para os técnicos de emergência médica, mas também para outros técnicos, como os técnicos superiores de diagnóstico ou até mesmo para os técnicos auxiliares de saúde e perceber as várias fragilidades do ponto de vista de recursos humanos que o SNS tem, porque não podemos deixar cair o SNS e é fundamental que haja respostas efetivas, quer de valorização das carreiras, quer da resposta dada a estas matérias da urgência”, sublinhou.

O INEM anunciou quarta-feira medidas de contingência para otimizar o funcionamento dos centros de orientação de doentes urgentes (CODU), como a criação de uma triagem de emergência para chamadas com espera de três ou mais minutos.

As medidas do INEM enquadram-se numa estratégia para melhorar a resposta, na sequência dos atrasos de atendimento das chamadas no CODU que, alegadamente, causaram a morte de sete pessoas.

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