Pelo menos 73 pessoas morreram devido à deterioração da situação sanitária, falta de medicamentos e dassistência médica numa cidade do estado de Al Jazira, no Sudão, denunciou hoje o Comité do Sindicato dos Médicos do Sudão.
A maior parte dos habitantes da cidade foi forçada a deslocar-se para outros estados para se refugiar da ofensiva das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), em Al Jazira, e “os restantes estão a refugiar-se nas mesquitas”, refere-se no comunicado do Comité do Sindicato dos Médicos do Sudão, uma Organização Não-Governamental (ONG) local.
Segundo a ONG, um “grande número de doentes” procura ajuda no único hospital a funcionar na zona, mas que “sofre de uma grave carência de pessoal médico e de material médico de base”.
A ONG lançou um “apelo urgente à comunidade regional e internacional para que intervenha imediatamente para pôr termo a esta tragédia humana” e instou as “autoridades em causa a tomarem as medidas necessárias para proteger os civis e garantir que a ajuda humanitária chegue às pessoas afetadas”.
O estado tem sido alvo de violentos ataques dos paramilitares sudaneses, que combatem o exército regular desde abril de 2023.
Nas últimas semanas, várias organizações locais e internacionais denunciaram a morte de centenas de pessoas em cerca de trinta cidades desse mesmo estado e a deslocação de dezenas de milhares de pessoas para outros estados vizinhos.
O Sudão está a ser devastado, desde abril de 2023, por uma guerra que opõe as paramilitares RSF, lideradas pelo general Mohamed Hamdane Daglo, ao exército sudanês, chefiado pelo general Abdel Fattah al-Burhane, o líder, de facto, do país.
Mais de 11 milhões de pessoas foram deslocadas no Sudão, enquanto outros 3,1 milhões encontraram refúgio além-fronteiras, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações.