A Ordem dos Enfermeiros (OE) considerou hoje que a inclusão de enfermeiros nos centros de orientação de doentes urgentes (CODU) permitirá “uma resposta mais célere e qualificada às emergências” e contribuirá para “um atendimento mais eficaz”.
“Estou certo de que a integração de enfermeiros vai contribuir para um atendimento mais eficaz e humano”, afirma o bastonário da OE, Luís Filipe Barreira, citado em comunicado.
Para Luís Filipe Barreira, o empenho do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) “em implementar medidas para otimizar o funcionamento dos CODU, especialmente num contexto de pressão crescente sobre os serviços de emergência, faz todo o sentido”.
De acordo com a OE, a medida – há muito defendida pela entidade – “vai conferir maior eficácia às equipas”, uma vez que os enfermeiros vão poder apoiar a gestão do doente crítico, nomeadamente ao nível das vagas hospitalares e comunicação com as equipas dos serviços de urgência e medicina intensiva.
Por outro lado, acrescenta a OE, os enfermeiros poderão supervisionar o “bom funcionamento do serviço e garantir a qualidade dos registos dos doentes com critérios de inclusão nos processos assistenciais”, como a Via Verde Coronária, acidente vascular cerebral (AVC), Trauma, Sépsis e Paragem Cárdio-Respiratória Pré-Hospitalar.
“A inclusão de enfermeiros nos CODU permitirá uma resposta mais célere e qualificada às emergências, reforçando a capacidade de triagem e encaminhamento adequado das situações urgentes”, sustenta, assumindo o “seu compromisso em colaborar com o INEM”.
Na quarta-feira, o INEM anunciou um conjunto de medidas de contingência para otimizar o funcionamento dos CODU, como a criação de uma triagem de emergência para chamadas com espera de três ou mais minutos.
O INEM pretende integrar enfermeiros nos CODU para realização de determinadas funções, rever os procedimentos relativos à passagem de dados das equipas de emergência no terreno, assim como os fluxos de triagem do CODU e do SNS24 para transferência de chamadas entre estes serviços.
Desde 30 de outubro que os técnicos de emergência pré-hospitalar (TEPH) estão em greve às horas extraordinárias para pedir a revisão da carreira e melhores condições salariais, uma situação que está a criar vários problemas no sistema pré-hospitalar e na linha 112.
Na segunda-feira, a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar obrigou à paragem de 44 meios de socorro no país durante o turno da tarde, agravando-se os atrasos no atendimento da linha 112.
Pelo menos quatro pessoas terão morrido na última semana em consequência dos atrasos no atendimento na linha 112 no atendimento na linha 112.
Três casos foram denunciados pelo Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH).
Na segunda-feira, uma idosa utente de um lar em Castelo de Vide morreu devido a paragem cardiorrespiratória, após cerca de hora e meia de espera por socorro, disse à Lusa o presidente da instituição.
O INEM já confirmou o impacto da greve, recomendou às pessoas que não desliguem as suas chamadas até serem atendidas e anunciou um reforço do Sistema Integrado de Emergência Médica com 10 ambulâncias de socorro, distribuídas por Postos de Emergência Médica em corpos de bombeiros e delegações da Cruz Vermelha Portuguesa.
A Liga dos Bombeiros Portugueses avisou na terça-feira que “o colapso” do sistema de triagem de doentes gerido pelo Instituto Nacional de Emergência Médica está a criar uma “pressão extraordinária” nas corporações de bombeiros.
Na quarta-feira, o Governo manifestou abertura em dialogar com os técnicos do INEM, para melhorar as suas carreiras e anunciou a extensão do prazo de contratação de helicópteros para a instituição.