A diretora-geral da Saúde reconheceu hoje no parlamento que “havia uma grande pressão para publicar um plano específico” para o surto de Covid-19, mas havia um plano genérico que permitia ação imediata e a ação era a prioridade.
“Não podíamos deixar de agir. Não era que não quiséssemos publicar o plano, era porque já tínhamos um que nos permitia ação. Isso foi extremamente importante para a Direção-Geral da Saúde (DGS)”, disse Graça Freitas aos deputados, depois de ter sido questionada, nomeadamente pela deputada do CDS-PP Ana Rita Bessa sobre o desfasamento entre o início do surto, em fins de dezembro, e a publicação do plano de contingência da DGS, publicado na segunda-feira.
A diretora-geral da Saúde esteve hoje no parlamento, onde foi ouvida na comissão parlamentar de Saúde por requerimento do PSD, para prestar esclarecimentos sobre a situação em Portugal do combate ao surto de Covid- 19, a doença provocada pelo novo coronavírus surgido na China no final de 2019.
“Havia uma grande pressão para publicar um plano específico, mas tínhamos plano ‘major’ que nos permitia agir. E a nossa preocupação era agir”, disse Graça Freitas, adiantando que o primeiro esboço formal do plano de contingência da DGS foi feito a 21 de janeiro.
A palavra de ordem em relação ao surto é “conter, conter conter” e Graça Freitas sublinhou o “imenso orgulho nas autoridades de saúde nacionais”, ainda que admita que existe uma falta de recursos humanos.
“São poucos, pois são, mas estão a trabalhar quase 24 horas por dia”, disse, referindo ainda que alguns profissionais duplicaram ou triplicaram as horas de trabalho e que é preciso “trabalhar para expandir recursos”.
“Esta é uma experiência única na nossa história, não há evidencia que no passado tenha havido alguma coisa com estas proporções”, disse Graça Freitas, sublinhando ainda a rapidez da propagação do vírus, que tem sido mais rápida que o avanço da ciência, e o grande grau de incerteza e imprevisibilidade inerente a este surto.
“A adaptação é constante, é à hora, ao dia”, disse.