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Mais de 120 organizações defendem proibição de voos noturnos

LUSA
12-09-2024 13:15h

Mais de 120 organizações mundiais, incluindo portuguesas, vão aderir na sexta-feira ao Dia Internacional pela Proibição dos Voos Noturnos nos Aeroportos, contra o setor da aviação que procura “lucros à custa da saúde das pessoas”, foi hoje anunciado.

Em comunicado, o movimento “Aterra”, contra a expansão do aeroporto Humberto Delgado, explicou que 123 organismos de “todo o mundo juntaram-se para declarar o dia 13 de setembro como Dia Internacional pela Proibição dos Voos Noturnos nos Aeroportos”.

“A operação atual do aeroporto Humberto Delgado viola as orientações em matéria de ruído ambiental da OMS [Organização Mundial de Saúde] e a própria legislação portuguesa, expondo mais de 100.000 pessoas a níveis de ruído acima do limite legal”, salientou o ativista do movimento “Aterra” Hans Eickhoff, citado no comunicado.

De acordo com o também médico, os níveis de ruído acima do limite legal “não prejudicam apenas a qualidade do sono, como aumentam significativamente o risco de morbilidade e mortalidade de origem cardiovascular, e afetam as capacidades cognitivas e de aprendizagem em crianças e jovens”.

O movimento indicou que várias cidades europeias, como Lisboa, Frankfurt, Bruxelas, Luxemburgo, Barcelona, Marselha e Londres, têm testemunhado um aumento do tráfego aéreo e uma degradação da saúde e da qualidade de vida.

“Neste dia 13, as populações dizem basta à impunidade com que o setor da aviação continua a aumentar os voos e a procurar lucros à custa da saúde das pessoas e do planeta”, sublinhou o “Aterra”, que reúne mais de 20 organizações portuguesas que defendem o decrescimento da aviação e uma mobilidade justa e ecológica.

Defendendo a interdição de voos no aeroporto Humberto Delgado entre as 23:00 e as 07:00, salvo eventuais atrasos e aterragens de emergência, o movimento recordou que a associação Zero contabilizou, só durante as duas últimas semanas de agosto, mais de mil voos nesse horário, “sem contar com voos de carga, charters ou jatos privados”.

“Numa cidade com capacidade atual para 36 movimentos aéreos por hora, que são já absolutamente insustentáveis, o Governo e a ANA Aeroportos insistem em aumentar o tráfego aéreo para 48 movimentos por hora”, lamentou.

O “Aterra” manifestou ainda solidariedade com “todas as pessoas que […] veem diariamente a sua saúde ameaçada pelo tráfego dos aeroportos”, opondo-se “a qualquer projeto de expansão da capacidade aeroportuária em Lisboa, seja pela expansão do aeroporto atual, seja pela construção de um novo aeroporto”.

“Propomos uma redução dos voos permitidos em Lisboa e o estabelecimento de limites ao tráfego aéreo em todos os aeroportos nacionais, de forma a respeitar o bem-estar e a vida das populações, atuais e futuras”, acrescentou.

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