Um pacote de 50 mil vacinas da empresa farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic contra a mpox, doadas pelos Estados Unidos, chegou hoje à República Democrática do Congo (RDCongo), confirmou a Embaixada de Washington naquele país africano.
“Tenho o prazer de anunciar que a doação de 50.000 vacinas contra a varíola do macaco (mpox) dos Estados Unidos chegou hoje à República Democrática do Congo”, afirmou nas redes sociais a embaixadora dos Estados Unidos na RDCongo, Lucy Tamly.
“As vacinas são um elemento crucial na prevenção da propagação da doença e são uma das muitas formas de ajudarmos os nossos parceiros congoleses a enfrentar a atual epidemia”, acrescentou.
“Isto permite-nos iniciar a campanha de vacinação dentro de duas a três semanas nas províncias mais afetadas”, realçou à agência de notícias espanhola EFE o médico Dieudonné Mwamba, diretor-geral do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP) do país.
A RDCongo, epicentro do atual surto de mpox, que já afetou pelo menos 14 países africanos, recebeu as primeiras 100 mil vacinas contra a doença na quinta-feira passada, doadas pela União Europeia (UE), que completou o envio com mais 100 mil doses no sábado passado.
Até então, para além dos ensaios clínicos, a Nigéria era o único país africano que tinha recebido vacinas contra a mpox, com uma doação dos EUA de 10.000 doses em 27 de agosto, que não estava relacionada com o atual surto, mas era o resultado de discussões realizadas há anos.
Para além das doações recebidas até agora, o Governo congolês pediu ao Japão dois milhões de doses da vacina produzida pela empresa japonesa KM Biologics.
De acordo com os últimos dados da agência de saúde pública da União Africana (UA) - o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (Africa CDC) -, já foram registados 24.851 casos e 643 mortes por mpox em África desde o início de 2024.
A RDCongo concentra 635 das mortes e 20.463 dos infetados confirmados, num surto que afeta principalmente as crianças. As crianças com menos de 15 anos de idade representam 58% dos casos no país.
Em 13 de agosto, o Africa CDC declarou o mpox uma “emergência de saúde pública de segurança continental” e, um dia depois, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o estado de alerta sanitário internacional.
O alerta sanitário da OMS refere-se à rápida propagação e à elevada mortalidade em África da nova variante (clade 1b), cujo primeiro caso foi identificado fora do continente, na Suécia, numa pessoa que viajou para a região africana onde o vírus circula intensamente.
Esta variante é diferente da clade 2, que causou um violento surto em África em 2022, bem como centenas de casos na Europa, América do Norte e países de outras regiões, e levou à declaração de emergência sanitária internacional da OMS entre 2022 e 2023.