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Festival de teatro É-Aqui-In-Ócio celebra liberdade dos 50 anos do 25 de abril

Lusa
04-09-2024 09:17h

O festival de teatro internacional É-Aqui-in-Ócio, que se realiza na Póvoa de Varzim, distrito do Porto, vai celebrar na sua 15.ª edição os 50 anos do 25 de Abril, subordinando toda a sua programação ao conceito da liberdade.

O certame, organizado pela Varazim Teatro, que acontece entre 22 de setembro e 5 de outubro, escolheu, desta vez, como mote a frase “Caminhando por paisagens de Humanidade em horizontes de liberdade”, abordando este tema nos 11 espetáculos que compõe o cartaz, e nas várias atividades paralelas que o completam

Num programas que inclui atuações e performances de artistas portugueses, espanhóis, brasileiros, argentinos e uruguaios, vincando o cariz ibérico do evento, a inclusão da palavra liberdade também se aplica aos pilares do festival, assentes nas acessibilidade, inclusão, equidade e sustentabilidade

“Todos os espetáculos com palavra falada terão interpretação de língua gestual. Uma grande percentagem da programação conta, também, com áudio descrição. Quando usamos dinheiro público temos obrigação de trabalhar para todos, daí este investimento para que a cidade seja uma referência nacional na cultura na inclusão e acessibilidade”, disse Eduardo Faria, diretor do festival.

O responsável apontou que o É-Aqui-in-Ócio tem “crescido consecutivamente, levando a cultura à comunidade da Póvoa de Varzim, e abrangido públicos de outros concelhos e regiões”.

“Somos um dos festivais mais importantes de toda a região Norte, e um dos mais relevantes a nível nacional. Talvez o primeiro no país nesta questão da inclusão e da acessibilidade”, completou Eduardo Faria.

Para manter essa bitola, a organização conseguiu, nesta 15.ª edição, esboçar um programa diversificado, que “ultrapassa as fronteiras da cidade e apresenta-se, também, nas freguesias do concelho”, com espetáculos de teatro dança, música, performance e circo, incluindo ainda exposições, mesas de debate e reflexão, e também cinema.

Entre as várias atuações, destaque para o espetáculo de abertura, a 22 de setembro, com o tema “Territórios de Liberdabde”, numa produção luso-galega da Companhia Certa, Tanxarina Títeres e Centro Dramático Galego, que abordam os acontecimentos antes e depois do 25 de abril nos dois lados da fronteira entre Portugal e Espanha.

Do Brasil chega um espetáculo de comédia da autoria de Rita Fischer apelidado de “Como sobrevivi a mim mesma nesta quarentena”, que aborda dos tempos vividos na recente pandemia da covid-19.

Destaque ainda para uma performance de acrobacia, dança e teatro, com o nome de “Myl (2.0)", protagonizada pelo duo espanhol e argentino “La Ridícula Danza Mariana Collado & A. Baglivo”, e para o espetáculo “Una reina, una montaje irreversible”, do Teatro del Revés, do Uruguai.

No fecho do certame, a 5 de outubro, sobe ao palco do Cine-Teatro Garrett, espaço âncora deste festival, a peça “As Formigas”, da Companhia do Chapitô, de Lisboa.

Esta 15.ª edição do É-Aqui-in-Ócio conseguiu aumentar o seu orçamento para mais de 100 mil euros, fruto do reconhecimento das entidades que o apoiam, como Câmara da Póvoa de Varzim, União de Freguesias de Aver-o-Mar, Amorim e terroso, Direção Geral das Artes, e, este ano da Comunidade Ibercena, um fundo de ajuda, fomento, intercâmbio e cooperação para as Artes Cénicas Ibero-americanas, com o apoio de vários países.

“Pelo segundo ano consecutivo fomos dos projetos mais apoiados pela Direção Geral das Artes [DGArtes]. Não temos apoio sustentado bianual, mas apoio ao projeto ficou em terceiro lugar a nível nacional, sendo o primeiro da zona Norte. Tivemos uma pontuação perto dos 90% por cento”, disse Eduardo Faria

O responsável pela Varazim Teatro, e diretor do É-Aqui-in-Ócio, mostrou-se confiante que no próximo quadro de apoio bianual da DGArtes, a organização volte a ser integrada nas listagens.

“Andamos em luta há muitos anos para garantir o apoio sustentado, porque nos dá uma outra forma de estar a longo prazo. Mas é com muita satisfação que os nossos projetos continuam a ser apoiados, é um sinal de reconhecimento”, concluiu.

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