SAÚDE QUE SE VÊ

Conselho de Ilha de Santa Maria com preocupações na área da saúde e acessibilidades

Lusa
02-09-2024 16:33h

O Conselho de Ilha de Santa Maria vai pedir ao Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) que estabilize o corpo clínico, amplie as instalações da unidade de saúde e resolva preocupações com acessibilidades marítimas e aéreas, foi hoje revelado.

“Há algumas preocupações que nós trazemos de novo, nomeadamente na área da saúde, com a necessidade de uma estabilização do corpo clínico da unidade de saúde [da ilha de Santa Maria]”, disse hoje Dulce Resendes à agência Lusa, a propósito do memorando elaborado para a visita estatutária que o executivo açoriano vai fazer à ilha entre quarta e quinta-feira.

Ainda na Saúde, segundo a responsável, é defendida a ampliação da unidade local “porque a estrutura está a ficar escassa para todos os serviços que nela são prestados”.

Também é manifestada “uma certa preocupação” pela forma como estão a ser feitos os transportes médicos urgentes pela Força Aérea Portuguesa, depois de vários casos com “demora excessiva na evacuação”.

“Nós temos uma preocupação também a nível das acessibilidades. Isso é uma preocupação que nós temos estado a vincar ano após ano e não vemos qualquer solução à vista. Tem a ver com a rotatividade do navio de porta contentores que abastece a ilha de 15 em 15 dias, que nós consideramos ser insuficiente e gostaríamos que fosse semanalmente”, disse a líder do Conselho de Ilha.

Este órgão também pede o reforço das acessibilidades aéreas porque, devido ao aumento do fluxo turístico, em determinadas épocas do ano, os habitantes têm “imensa dificuldade” em conseguir passagens para São Miguel.

Dulce Resendes lembrou que o aeroporto de Santa Maria, que até 1980 era “o centro da distribuição de todo o fluxo que vinha do exterior”, deixou de o ser porque “houve a movimentação da placa giratória para a ilha Terceira”.

“É normal que numa ilha como São Miguel esteja localizado o principal ‘hub’ aéreo dos Açores”, mas, para a responsável, não faz sentido o aeroporto de Ponta Delgada “estar a receber escalas técnicas quando já está sobrelotado com a aviação comercial de passageiros”.

E prosseguiu: “Não vemos que haja por parte da empresa que tutela os aeroportos essa preocupação de dar uma rentabilidade a uma estrutura como a que existe em Santa Maria”.

O Conselho de Ilha tem alguma esperança que o projeto aeroespacial em curso possa dar uma maior centralidade ao aeroporto local: “Estamos expectantes no que pode vir a acontecer com a concretização desse projeto”.

Relativamente às acessibilidades rodoviárias, é pedido o “reforço de verba para reparação e pavimentação das vias que estão em mau estado”, enquanto na habitação uma das preocupações é sobre o parque habitacional do aeroporto.

A nível social, aquele organismo quer ver a ampliação do lar de idosos “concretizada no mais breve trecho” e aplicado o programa Novos Idosos.

Na agricultura, é destacada a necessidade do reforço da água para a lavoura na zona baixa da ilha, defendido o acesso ao Programa Vitis (reconversão da vinha) e formação profissional.

Ao nível da Secretaria do Mar e Pescas, o Conselho de Ilha de Santa Maria quer saber o ponto de situação do projeto de melhoramento do portinho de São Lourenço e ver resolvido o impedimento da entrada de navios porta contentores de maior envergadura.

No ambiente, segundo Dulce Resendes, existem preocupações com a gestão dos diversos parques naturais da ilha, com a orla costeira e trilhos perdestes e com a infestação de térmitas.

O Conselho de Ilha é um órgão consultivo do Governo dos Açores composto pelos presidentes das câmaras e assembleias municipais da ilha, por quatro membros eleitos de cada assembleia municipal, por três presidentes de junta de freguesia, um representante do Governo Regional (sem direito a voto) e vários membros das organizações sociais, ambientais, culturais e empresariais da ilha.

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