A União Europeia (UE) insistiu hoje numa pausa imediata no conflito na Faixa de Gaza para vacinação das crianças no território contra a poliomielite, depois de o poliovírus ter regressado em julho após 25 anos sem casos.
Em comunicado, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, apelou a “uma pausa humanitária imediata para permitir a vacinação de todas as crianças de Gaza contra o poliovírus”.
A Faixa de Gaza, refere ainda o texto, tem estado livre da poliomielite nos últimos 25 anos, sendo considerado “alarmante que o poliovírus tenha sido detetado e que o primeiro caso tenha sido confirmado novamente em julho”.
O alto representante para a Política Externa da UE referiu ainda a importância de se evitar “uma epidemia entre uma população já debilitada por mais de dez meses de combates e deslocações, má nutrição, falta de serviços básicos de saúde e condições sanitárias deploráveis, bem como uma maior propagação a nível internacional”.
O apelo da UE para uma pausa humanitária para vacinação em Gaza junta-se aos já lançados pelas Nações Unidas e Organização Mundial de Saúde. Na terça-feira, o chefe da diplomacia europeia já tinha pedido um cessar-fogo humanitário de três dias para permitir a vacinação.
O bloco comunitário saúda ainda a entrega de mais de 1,2 milhões de vacinas orais contra a poliomielite, bem como com a cooperação de Israel na entrega das vacinas a Gaza.
Na sequência de um atentado do Hamas em outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e perto de 250 reféns, Telavive retaliou militarmente em Gaza, tendo já provocado mais de 40 mil mortos no enclave palestiniano, segundo dados do Hamas.
O conflito alastrou à Cisjordânia e ameaça a paz e segurança na região, com o envolvimento do Hezbollah a partir do Líbano, do Irão, de rebeldes huthis no Iémen.