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Mpox: Instituto de Saúde moçambicano em “prontidão laboratorial máxima” para testagem

LUSA
26-08-2024 17:24h

O Instituto Nacional de Saúde (INS) de Moçambique disse hoje à Lusa que está em “prontidão laboratorial máxima” para fazer a testagem de casos suspeitos de mpox no país, acreditando que pode responder a “qualquer demanda”.

“Em termos de testagem, estamos em prontidão laboratorial máxima. Temos capacidade de aumentar a nossa capacidade e a nossa dinâmica, se for necessário, mas o número de suspeitos [ainda] é baixo, não nos parece que a curto prazo essa seja a nossa preocupação”, disse Eduardo Samo Gudo, diretor nacional do INS.

Samo Gudo assinalou a capacidade “grande” de testagem que o país adquiriu nos últimos anos, destacando a construção de laboratórios de saúde pública pelo país que permitiram a descentralização dos serviços e consequente aumento do número diário de testes realizados.

“Temos capacidade para responder a qualquer demanda sob o ponto de vista de casos suspeitos (…) temos uma capacidade de testar um número muito grande de amostras”, referiu o responsável, lembrando que no pico da covid-19 o laboratório fez mais de mil testes por dia.

Sem avançar dados concretos, o responsável admitiu um aumento do número de casos suspeitos mpox em Moçambique, a seguir à declaração de emergência de saúde pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas afirmou que todos os casos testados no INS foram negativos.

“É bom quando nós temos suspeitos. Significa que o sistema de vigilância está em alerta máxima (…) quando não há suspeitos é mau”, afirmou o diretor, avaliando positivamente o trabalho de testagem.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto de monkeypox (mpox) em África como emergência global de saúde, com casos confirmados entre crianças e adultos de mais de uma dezena de países e uma nova variante em circulação, considerada mais perigosa do que a detetada em 2022.

O alerta que a OMS fez tem a ver com a rápida expansão e elevada mortalidade de uma nova variante em África e de um caso na Suécia, de um viajante que esteve numa zona do continente africano onde o vírus circula intensamente.

Esta variante é diferente da que causou um surto violento em África em 2022 e centenas de casos na Europa, América do Norte e países de outras regiões.

Em Moçambique, as autoridades não registaram este ano qualquer caso, mas o chefe de Estado, Filipe Nyusi, alertou, na última semana, que o mpox pode tornar-se “mais um desafio” à saúde pública no país, assinalando o reforço de medidas de vigilância e ações de prevenção da doença pelo Ministério da Saúde.

Durante o surto de 2022, Moçambique registou apenas um caso da doença na província de Maputo, sul do país, segundo dados avançados pelo próprio chefe de Estado.

Para a Associação Médica de Moçambique, a prioridade do país no caso de um eventual surto com a nova variante deve passar, primeiro, pela educação das comunidades e reforço da capacidade institucional.

“Essencialmente, estes são os dois pilares fundamentais: preparar as comunidades e, segunda prioridade, deve ser reforçada a capacidade das nossas unidades de saúde porque, infelizmente, as nossas unidades sanitárias não estão preparadas”, declarou o porta-voz da Associação Médica de Moçambique, Napoleão Viola, em entrevista à Lusa.

Em declarações à imprensa internacional em Genebra, a OMS transmitiu, na terça-feira, uma mensagem de tranquilidade em relação ao surto de mpox, tentando conter informações alarmistas e rumores sobre o modo de transmissão.

“O mpox não é covid (…). Com base no que sabemos, o mpox é transmitido principalmente através do contacto pela pele que apresenta lesões da doença, incluindo durante as relações sexuais”, disse o diretor da OMS Europa, Hans Kluge.

Esta é a segunda vez em dois anos que a doença infecciosa é considerada uma potencial ameaça para a saúde internacional, tendo o primeiro alerta sido levantado em maio, depois de a propagação ter sido contida e a situação ter sido considerada sob controlo.

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