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Covid-19: Câmara de Lisboa encerra museus e teatros municipais e suspende atividades desportivas

LUSA
10-03-2020 18:30h

Os museus e teatros municipais de Lisboa vão estar encerrados entre quarta-feira e 03 de abril e as atividades desportivas promovidas pelo município em recinto fechado serão suspensas, mantendo-se em funcionamento feiras e mercados, anunciou hoje a autarquia.

Em comunicado, a Câmara de Lisboa anuncia um conjunto de “medidas temporárias para reduzir riscos de exposição e contágio” do Covid-19, nomeadamente o encerramento dos museus, galerias e bibliotecas municipais, assim como dos teatros municipais (São Luiz, LuCa e Teatro do Bairro Alto), do Padrão dos Descobrimentos e do Cinema São Jorge.

De acordo com a autarquia, “estas medidas estão sujeitas a avaliação permanente”, definindo-se para já a sua vigência a partir de quarta-feira e até 03 de abril.

As piscinas geridas pelo município e Juntas de Freguesia também serão encerradas.

Por outro lado, também a partir de quarta-feira estarão suspensas todas as atividades desportivas promovidas pela autarquia em recinto fechado, nomeadamente as Olisipíadas, tal como todas as visitas de lazer, turismo ou de âmbito cultural promovidas pelo município.

As atividades complementares à ação educativa do tipo visitas de estudo e passeios promovidas pela autarquia ou com recurso ao serviço de transportes da Câmara Municipal de Lisboa serão igualmente suspensas.

“Por enquanto”, é referido na nota da Câmara de Lisboa, as feiras e os mercados irão manter-se em funcionamento, “reforçando as ações de formação e prevenção já em curso”.

Os serviços de atendimento ao munícipe, os parques e jardins de gestão municipal também continuarão em funcionamento e o Castelo de São Jorge irá manter-se aberto ao público, lê-se no comunicado.

A Câmara de Lisboa indica ainda que irá avaliar com cada Junta de Freguesia as iniciativas concretas que se encontrem programadas.

No ‘site’ da Câmara de Lisboa foi também já divulgado que a reunião pública descentralizada do executivo municipal que estava marcada para quarta-feira, na freguesia de Benfica, foi adiada. A nova data da reunião será, segundo a autarquia, "divulgada oportunamente".

Momentos antes da divulgação do comunicado sobre o encerramento de equipamentos e suspensão de atividades, o vereador responsável pelo pelouro da Proteção Civil da Câmara de Lisboa, Carlos Manuel Castro, apresentou na reunião da Assembleia da Municipal de Lisboa o plano de contingência do município para o Covid-19, explicando que começou a ser preparado a partir do momento que foram identificadas as situações de contágio na China.

A base do plano, referiu, foi o documento que tinha sido elaborado em 2009 para a Gripe A e que foi agora adaptado.

Os objetivos do plano dividem-se por três níveis: limitar a expansão da doença e mitigar os impactos diretos na saúde da população, preparar uma resposta a situações de doença e garantir a continuidade dos serviços essenciais do município.

Apesar dos constrangimentos, “a cidade vai continuar a funcionar”, salientou o autarca, ressalvando, contudo, que “a situação é extremamente dinâmica”.

Relativamente ao encerramento de equipamentos e suspensão de atividades, Carlos Manuel Castro disse que a autarquia assumiu as medidas “no âmbito da prevenção” e como forma de “sensibilizar, informar e prevenir”.

“A situação comparado com outros casos não é a mais dramática, mas a Câmara Municipal de Lisboa está a assumir um papel de prevenção e a dar um claro sinal para todos continuarmos a seguir as boas recomendações”, explicou.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.000 mortos.

Cerca de 114 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 63 mil recuperaram.

Portugal regista 41 casos confirmados de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

A DGS comunicou também que em Portugal se atingiu um total de 375 casos suspeitos desde o início da epidemia, 83 dos quais ainda a aguardar resultados laboratoriais.

Face ao aumento de casos, o Governo ordenou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte, até agora a mais afetada.

Foram também encerrados alguns estabelecimentos de ensino, sobretudo no Norte do País, assim como ginásios, bibliotecas, piscinas e cinemas.

Os residentes nos concelhos de Felgueiras e Lousada, no distrito do Porto, foram aconselhados a evitar deslocações desnecessárias.

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