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Cuidados de saúde primários vão ter centros de diagnóstico com exames

LUSA
10-07-2024 14:57h

A ministra da Saúde anunciou hoje a criação de Centros de Diagnóstico Integrados para situações de doença aguda, onde podem ser realizados exames, como o raio-X, para evitar a ida de doentes com situações menos graves às urgências hospitalares.

Segundo Ana Paula Martins, a criação destes centros visa reforçar a resposta ao nível dos cuidados de saúde primários para as situações de doença aguda, sublinhando que será “uma parte muito importante” da reorganização das urgências.

“Há muitos anos que falamos nisto, governo após governo, e agora com o PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] (…) estamos a construir Centros de Diagnóstico Integrados, que pode ajudar muito a que estes serviços de atendimento nos cuidados de saúde primários para situações agudas possam ser procurados pelas pessoas para uma maior resolução” porque dispõem de exames básicos, disse a governante, na Comissão de Saúde, em resposta a questões levantadas pela deputada do PCP Paula Santos.

A ministra explicou que os médicos e os enfermeiros que fazem parte destes serviços de atendimento acabam por ter “muito mais capacidade de resposta” sem precisar de referenciar “os doentes ou os utentes para um nível mais diferenciado, onde estes exames existem [urgências hospitalares]”.

Nestes centros será possível fazer exames como química seca, raio-X, eletrocardiograma e ter uma “pequena sala de tratamento”: “São coisas realmente muito relevantes e podem fazer muita diferença”, acrescentou.

Recordou que já houve várias experiências no país, como os serviços de atendimento permanente, que “podem inspirar a melhorar”, aumentar a oferta e “garantir mais qualidade e mais satisfação dos utentes”.

Sobre o suplemento remuneratório para as horas extraordinárias dos médicos, aprovado na semana passada em Conselho de Ministros, a ministra esclareceu que este diploma vai fazer com que os especialistas não ganhem menos que os tarefeiros que trabalham ao seu lado nas urgências.

“O que este diploma vem trazer é que, já que estão a fazer as horas, que as façam a um valor em primeiro lugar indexado àquilo que é a sua carreira profissional”, sustentou.

A ministra salientou ainda o papel dos médicos tarefeiros, elucidando que em algumas zonas do país não era possível ter urgências abertas sem estes profissionais.

Questionada sobre se este Governo mantém a vontade de regressar às Parcerias Público Privadas (PPP), Ana Paula Martins disse que este Governo não tinha nenhum problema com esse modelo, mas lembrou a nova reorganização do Serviço Nacional de Saúde em 39 Unidades Locais de Saúde e três institutos portugueses de oncologia.

“Este quadro de autonomia é muito relevante para que possamos comparar o que é comparável para [avaliar se] podemos ter níveis de eficiência nas EPE como no setor privado”, afirmou

Garantiu, contudo que, sempre que o Governo tiver evidências “de que há uma determinada organização que, no futuro, seja atrativa sob ponto vista da gestão em PPP”, não deixará de a estudar.

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