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Covid-19: Exportações de vinho verde subiram 4% mas efeitos do surto "já se notam”

LUSA
10-03-2020 15:55h

As exportações de vinho verde subiram 4% em valor em 2019 face ao ano anterior, para 65,7 milhões de euros, mas este ano "já se estão a notar" os efeitos económicos do surto de Covid-19.

As informações foram dadas à agência Lusa pelo presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), Manuel Pinheiro, que é de opinião que "2020 será um ano de incertezas" devido, precisamente, ao possível impacto do surto de Covid-19 sobre o setor.

"De momento, há cancelamento de eventos, mas de encomendas ainda é cedo", observou Manuel Pinheiro. Um dos ventos cancelados foi a Prowein, na Alemanha, uma das maiores feiras vitivinícolas do mundo, que estava marcada para os dias 17 e 18 deste mês.

O responsável apontou um "segundo desafio" para este ano, este relacionado com os ventos protecionistas que sopram tanto do Brasil como dos Estados Unidos e que são mais uma ameaça.

No caso brasileiro, segundo Manuel Pinheiro, o protecionismo apresenta-se sob a forma de "barreiras administrativas" que tornam difícil vender vinho. Já nos Estados Unidos o problema reside nas "taxas alfandegárias" que o governo de Donald Trump introduziu e que agravam os preços finais.

O dirigente disse também que "2019 foi um ano excelente" relativamente a 2018 porque as exportações cresceram, o preço médio paumentou 2,35%, para 2,39 euros por litro, e o vinho verde chegou a mais países, estando agora presente em "111 mercados".

"O vinho verde tornou-se um vinho global", concluiu Manuel Pinheiro, salientando que um dos objetivos para este ano é "crescer no Japão", dirigindo para aí parte do esforço promocional previsto.

Os Estados Unidos continuaram a ser o mercado número um do vinho verde em termos de valor, com vendas de 14,6 milhões de euros durante 2019, seguindo-se a Alemanha, com 10 milhões, e o Brasil, com 6,5 milhões de euros.

"Em 2019 exportámos cerca de 55% do negócio do vinho verde branco", resumiu Manuel Pinheiro, referido que "2019 foi de pequeno crescimento" a nível nacional.

A Região dos Vinhos Verdes está no segundo lugar das vendas no mercado português, que é liderado pelos vinhos do Alentejo. "Somos líderes no Verão e fortes no Norte", resumiu o mesmo responsável.

Apesar das medidas protecionistas adotadas pelo Brasil, a CVRVV pretende reforçar a sua aposta neste mercado e estender a sua presença para lá de S. Paulo e do Rio de Janeiro, cidades onde o vinho verde já tem grande implantação.

"Temos uma força muito grande junto da comunidade portuguesa no Brasil, mas queremos cresce para os lados", reforçou Manuel Pinheiro.

A Comissão prevê investir "três milhões de euros em mais de 200 iniciativas promocionais em Portuga e no estrangeiro" em 2020 e um dos alvos da sua atenção será a Rússia, país onde terá lugar "pela primeira vez", em maio deste ano", uma dessas ações.

O México também é um dos "novos mercados" que a CVRVV pretende explorar, estando também previstos eventos dirigidos ao grande público em Nova Iorque, no Estados, São Paulo e Rio de Janeiro, no Brasil, e Berlim, na Alemanha.

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