O CDS-PP defendeu hoje um adiamento da lei de bases da saúde para a próxima legislatura, após as eleições de outubro, por não existirem, nem à direita nem à esquerda, condições de negociar um novo diploma.
Em declarações aos jornalistas, à margem de uma reunião da direção do CDS com a CIP – Confederação Empresarial de Portugal, em Lisboa, a deputada Ana Rita Bessa afirmou lamentar que se continue, “com algum grau de irresponsabilidade”, a “tentar produzir uma lei que já se percebeu que não tem condições para ser aprovada”.
“Se calhar, a cautela recomendaria que, no final da legislatura, assumíssemos que não há essas condições, [para] uma convergência plena em prol de uma lei mais atualizada daquilo que são direitos dos cidadãos”, afirmou, para concluir a seguir: “Se calhar, tem de ficar para a próxima legislatura.”
“Em vez de” PS e Bloco de Esquerda tentarem “honrar a memória” de dois dos seus dirigentes que lançaram o debate da nova lei de bases, António Arnaut, o socialista que ajudou a fundar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), e João Semedo, médico e ex-líder do BE.
Ana Rita Bessa tinha lembrado que o CDS já dissera, em junho, que desconfiava muito de um Governo que, depois de negociar seis meses com os partidos da esquerda, vir, “ao tocar do gongo”, aproximar-se do PSD para tentar um entendimento e que seria “muito difícil, de repente”, criar “uma lei consistente” com a “linha de aproximação à direita”.
Na sexta-feira, o PS anunciou o rompimento das conversações sobre este “dossier” com o PSD, ao que o líder social-democrata, Rui Rio, respondeu que o seu partido não é “a muleta” dos socialistas.