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Eleições: País tem de saber por que é que “está a morrer tanta gente em Portugal" - Montenegro

LUSA
19-01-2024 19:42h

O presidente do PSD defendeu hoje que “o país tem de perceber por que é que está a morrer tanta gente em Portugal”, dizendo que não se pode banalizar este “falhanço nos cuidados de saúde”.

No final de um encontro com o novo bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Luís Montenegro afirmou que “Portugal vive talvez o pior período de que há memória” no setor da saúde.

“Tenho já alertado e quero reafirmar, sem demagogias, sem irresponsabilidade, que o país precisa de perceber por que é que está a morrer tanta gente em Portugal, o que é que causa uma taxa de mortalidade que só encontra paralelo no período mais grave da pandemia que vivemos nos últimos anos”, afirmou.

Montenegro considerou que o Governo terá de explicar se este aumento da mortalidade “tem a ver com a capacidade do sistema de oferecer respostas aos utentes e com a debilidade do SNS, apesar do reforço de meios financeiros”.

“Precisamos de saber, não nos podemos conformar como se fosse uma fatalidade. Não podemos banalizar tantas mortes em Portugal, alguma coisa está a acontecer em termos de falhanço de cuidados de saúde para termos esta triste realidade”, alertou.

O presidente do PSD reiterou o compromisso de, se vencer as eleições legislativas de 10 de março, “no primeiro dia” do seu Governo “apresentar um programa de emergência para acabar com o que se está a passar nas urgências e nos tempos de espera para consultas e cirurgias”.

Nesta ocasião, Montenegro não quis alongar-se sobre outras perguntas, nomeadamente sobre a ausência de Pedro Passos Coelho da convenção que a coligação Aliança Democrática (AD) realiza no próximo domingo, mas em que estará o antigo vice-primeiro-ministro e ex-líder do CDS-PP Paulo Portas.

“Teremos muitas oportunidades de ter jornadas de interação com os portugueses, a de domingo é uma delas, teremos outras e apresentaremos os nossos protagonistas em cada uma das jornadas consoante sejam as nossas intenções”, disse, considerando que “não é uma matéria que preocupa os portugueses, quem vai ou não” a esta iniciativa da AD.

Ainda sobre saúde, o líder do PSD voltou a acusar o Governo de ter uma visão ideológica sobre este setor, contrapondo que, para um futuro executivo da AD, prestar um cuidado de saúde “não será sequer uma opção ideológica, é uma obrigação do Estado”.

“O Governo, que tem sido tão diligente nas últimas semanas em exercícios de campanha eleitoral e lançamento de primeiras, segundas e terceiras pedras quando já está em gestão, no que é mais essencial não está a responder”, lamentou.

No final da reunião com o novo bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Luís Filipe Barreira, eleito em novembro e que sucedeu a Ana Rita Cavaco, Montenegro disse ter a noção da importância destes profissionais.

“É nosso propósito que, de forma gradual, possamos melhorar o estatuto remuneratório dos enfermeiros e que o nível da progressão das carreiras possa corresponder às suas expectativas”, disse.

O novo bastonário deixou um repto ao líder do PSD para que possa haver “um acordo político para a saúde com os diversos partidos” e avisou que estará atento ao número de vezes que o programa eleitoral da AD conterá a palavra enfermeiros.

 

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