SAÚDE QUE SE VÊ

Moçambique sem registo de casos de poliomielite há sete meses

LUSA
13-09-2023 12:08h

Moçambique não regista qualquer novo caso de poliomielite há sete meses, anunciou hoje a Direção Nacional de Saúde Pública, no dia em que arranca a nona campanha de vacinação para crianças e adolescentes em dois anos.

Em comunicado, a Direção Nacional de Saúde Pública explica que esta nova campanha de vacinação, a segunda em 2023, “acontece pelo facto de o país estar a registar desde o ano passado casos de poliovírus selvagem (oito casos) e derivados de vacina circulante tipo 1 e 2 (33 casos)”, que provocam a poliomielite.

Contudo, acrescenta, “vale notar que o país está há um ano sem nenhum novo caso de poliovírus Selvagem tipo 1”, em que o último foi registado em agosto de 2023, “há quase sete meses sem nenhum novo caso de poliovírus Derivado de Vacina Circulante tipo 1”, tendo o último ocorrido em fevereiro de 2023, e “há 18 meses sem nenhum caso novo de poliovirus Derivado de Vacina Circulante tipo 2”, depois do caso registado em março de 2022.

Com duração de quatro dias, a nona campanha de vacinação contra a poliomielite arrancou hoje em todas as províncias e destina-se às crianças e adolescentes menores de 15 anos, tendo como grupo-alvo um total 21.749.477 pessoas, número “definido em função” do total de vacinados na ronda anterior, realizada em junho.

Para que a campanha “decorra sem sobressaltos e os objetivos sejam alcançados”, aquela direção refere que foram mobilizadas cerca de 29.500 equipas, correspondendo a 106 mil pessoas, entre vacinadores, mobilizadores, registadores, supervisores, coordenadores, logísticos, monitores independentes, entre outros.

Esta campanha de vacinação custa cerca de 11 milhões de dólares (10,2 milhões de euros), financiada pelo Estado moçambicano e por parceiros de cooperação.

Tal como em rondas anteriores, a implementação desta campanha envolve vacinação porta a porta como estratégia primária, mas também nas escolas, postos fixos em locais de concentração populacional pré-estabelecidos ou nas zonas fronteiriças com países como Malaui, Zimbabué, Zâmbia e Tanzânia.

“Para evitar duplicações ou falhas e permitir uma avaliação pós-campanha, as crianças que forem vacinadas serão marcadas na unha do dedo mínimo da mão esquerda com tinta indelével e receberão um cartão”, explica.

A poliomielite é uma doença infecciosa sem cura que afeta sobretudo as crianças com menos de cinco anos e que só pode ser prevenida com a vacina.

Nalguns casos, pode provocar paralisia de membros.

MAIS NOTÍCIAS