O histórico dirigente comunista morreu em 11 de junho, com 74 anos. O funeral realizou-se no domingo em Lisboa, no cemitério do Alto de S. João
A administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte decidiu abrir um processo de inquérito na sequência de notícias sobre eventual negligência hospitalar no internamento do histórico dirigente do PCP Ruben de Carvalho, que morreu na terça-feira.
Fonte oficial do Centro Hospitalar, que integra o hospital Santa Maria, disse à agência Lusa que, "após as notícias vindas a público", foi decidido "abrir um processo de inquérito". Hoje, fonte oficial da Procuradoria-Geral da República confirmou à Lusa que o Ministério Público abriu um inquérito para apurar eventual negligência hospitalar no internamento de Ruben de Carvalho. "Confirma-se a existência de um inquérito dirigido pelo Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa", respondeu a Procuradoria à agência Lusa, após questionada sobre uma investigação relacionada com eventual negligência na morte do dirigente comunista.
De acordo com a PGR, a investigação "não tem arguidos constituídos". O histórico dirigente comunista morreu em 11 de junho e o funeral realizou-se no domingo em Lisboa. Segundo o jornal Observador, Ruben de Carvalho deu entrada no hospital de Santa Maria com queixas na vesícula e três a quatro semanas antes da morte, sofreu uma queda enquanto estava internado - em circunstâncias agora sob investigação - e bateu com a cabeça, tendo alegadamente entrado depois em coma.
Ruben de Carvalho era o único membro do atual Comité Central do PCP que tinha estado preso nas prisões da PIDE, a polícia política da ditadura finda em 25 de Abril de 1974. Aderiu ao Partido Comunista Português em 1970. Foi funcionário do partido entre 1974 e 1997 e era membro do Comité Central desde 1979. Tinha 74 anos e era o único membro no atual Comité Central do PCP que tinha estado preso nas cadeias da PIDE durante o Estado Novo.