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Responsável diz que a transição digital na Saúde faz-se com privados

LUSA
16-01-2023 20:09h

O presidente do Conselho de Administração da Serviços Partilhados do Ministério da Saúde defendeu hoje que “não faz qualquer sentido” estar a projetar a transição digital naquela área sem ter em conta os operadores privados.

Em declarações à Lusa, ao final da tarde, Luis Goes Pinheiro salientou que a transição digital na Saúde, que está a ser levada a cabo com as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)“não é apenas” para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Não faz qualquer sentido estarmos a projetar um sistema para o futuro olhando apenas para aqueles que são utentes do SNS”, defendeu, à margem de uma sessão dedicada ao tema "A Transformação Digital da Saúde acelerada pelo PRR".

Segundo o também ex-secretário de Estado Adjunto e da Modernização Administrativa, “o PRR sendo para a transição digital da Saúde não é para a transição digital da Saúde apenas no SNS”, dado que “os utentes do SNS transitam entre sistemas e que mesmo não sendo hoje um utente do SNS são sempre um utente do SNS em potência”.

Aquele responsável pela gestão da verba do PRR para a transição digital na Saúde, cerca de 300 milhões de euros, admitiu que tem havido dificuldades no acesso a materiais, mas recusou um cenário de incumprimento dos objetivos.

“Não há atrasos porque tivemos que introduzir isso nos nossos planeamentos mas ao contrário do que era normal, há fornecedores que não costumavam ter problemas e que os estão a apresentar”, disse.

As dificuldades prendem-se, enumerou, “essencialmente na área dos equipamentos e no acesso a recursos humanos, não é segredo que a área da tecnologia é especialmente pressionada”, apontando uma causa: “O fenómeno que mais impacto tem é mesmo a guerra na Ucrânia”, disse.

Luis Goes chamou ainda a atenção para a “oportunidade única” que o PRR representa para a modernização na Saúde.

“Dificilmente se vai repetir, encontrar estes dois condimentos absolutamente essenciais: o dinheiro e uma especial avidez por mudança nesta área da sociedade de informação, que, quer se queira quer não, é uma decorrência da pandemia que tivemos”, explicou.

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