O presidente do CDS Viseu disse esta quinta-feira à agência Lusa que a atual situação da oncologia em Viseu, que os médicos dizem estar em rutura, não acontece por falta de dinheiro, mas sim por má vontade da ministra da Saúde.
“Esta situação acontece, não por falta de constrangimento financeiro, é bom que o país perceba isso, mas por falta de vontade política e por má vontade da senhora ministra. Eu responsabilizo diretamente a senhora ministra, que não quer dotar o hospital de Viseu. E ela depois que atire culpas ao doutor Mário Centeno”, ministro das Finanças, acusou Hélder Amaral.
Esta reação surge depois de, na terça-feira, num comunicado conjunto, o Sindicato dos Médicos da Zona Centro, o Sindicato Independente dos Médicos e a secção regional do Centro da Ordem dos Médicos referirem que a situação atingiu “o ponto de rutura e que os colegas oncologistas assumem a incapacidade de garantir a consulta e tratamentos de quimioterapia para novos doentes”.
“Isto só acontece por falta de vontade, por dolo da senhora ministra, que é pessoalmente responsável pela falta de investimento e pela falta do serviço mínimo”, acusou o deputado.
Hélder Amaral afirmou que “não é aceitável que o Governo gaste dinheiro noutras áreas menos importantes e não dote o centro hospitalar de Viseu e de outras regiões por todo o país de meios de recursos humanos e equipamentos para servir” as pessoas.
“Nem estamos a falar do melhor tratamento do mundo, sem listas de espera e equipamento de ponta. Só estamos a pedir o mínimo do Serviço Nacional de Saúde, que é ter a capacidade de atender as pessoas que precisam sem terem de se deslocar. Aliás, é o serviço que já existe e que hoje, como dizem os profissionais de saúde, está em rutura”, explicou.
O responsável da estrutura distrital do partido considerou que “é inaceitável esta situação”, tendo em conta o que o Governo “vai gastar, quer no Metro de Lisboa, quer no do Porto.
No seu entender, é “por falta do mínimo de respeito para com os doentes e com o Serviço Nacional de Saúde e para com os contribuintes que pagam impostos para terem serviços mínimos de qualidade”, nomeadamente na área da saúde.
“Sabemos que não se faz um centro oncológico de um dia para o outro. Agora, o que não é aceitável é que o Governo não faça o mínimo, que é garantir os recursos humanos e as condições para garantir que, o que existe hoje, funcione e não esteja no estado de rutura em que se encontra”, defendeu.
Hélder Amaral adiantou ainda que na segunda-feira, às 16:30, está marcada uma reunião com o conselho de administração do Centro Hospitalar Tondela Viseu, para saber o que é que os responsáveis têm feito para resolver esta situação.