Em causa está o texto final em que a Comissão de Saúde reúne as pretensões de três propostas: duas em que CDS-PP e BE apelam à realização de obras na sala de cirurgia desse equipamento do distrito de Ovar e à reabertura da sua Urgência e uma terceira, da iniciativa do PSD, que reclama apenas a ampliação do bloco de operações.

Aprovada pela maioria dos deputados com assento no Parlamento, mediante a abstenção de PS e Iniciativa Liberal, o documento hoje aprovado começa por recomendar ao Governo a reabertura da Urgência encerrada desde 2007 ou, em alternativa, a criação de “um serviço de saúde alargado para casos urgentes, dotado dos necessários meios complementares de diagnóstico e terapêutica, de forma a garantir a qualidade e o bom funcionamento do serviço”.

O documento propõe depois “o reforço de profissionais de saúde em número necessário” para que a valência a reinstituir no hospital “possa funcionar em pleno”.

Já quanto às obras no bloco operatório, o parlamento pede “urgência” na empreitada, lembrando que é preciso "aumentar a capacidade e a qualidade da resposta” da respetiva produção cirúrgica.

As duas últimas recomendações aprovadas pelos deputados são que o Ministério da Saúde proceda igualmente ao “aumento das transferências [financeiras do Estado] para o Hospital Francisco Zagalo, possibilitando a aquisição de equipamentos e a contratação de profissionais”, e que a tutela reforce “o investimento nessa unidade e também no Centro de Saúde de Ovar, com o objetivo de internalizar os meios complementares de diagnóstico e terapêutica no Serviço Nacional de Saúde”.

A presente recomendação parlamentar surge um dia depois de a direção do hospital ter anunciado que o concurso público para realização das obras no bloco operatório “será lançado nos próximos dias”.

O conselho diretivo dessa unidade afirma que “os ministérios da Saúde e das Finanças autorizaram o Hospital Francisco Zagalo a assumir um encargo de cerca de 3,3 milhões de euros com a obra de remodelação e ampliação do bloco operatório”, pelo que o respetivo concurso pode agora arrancar.

“Recebemos esta notícia com alegria e emoção, uma vez que esta decisão do Governo, depois de tantos anos, é o passo que nos faltava para avançarmos com uma antiga aspiração”, declara o presidente do conselho diretivo do hospital, Luís Miguel Ferreira.

O mesmo responsável nota que, “de acordo com as portarias publicadas em Diário da República” na semana passada, os encargos com a empreitada no bloco cirúrgico totalizam cerca de 3,3 milhões de euros até 2023, “para obra e equipamento”, e envolvem um apoio comunitário máximo de 2,5 milhões de euros.

A expectativa atual é que “até ao final do primeiro semestre de 2023 se comecem a operar os primeiros doentes na nova sala do bloco”, pelo que Luís Miguel Ferreira realça: “Se alguém ainda tinha dúvidas quanto ao futuro deste hospital, deve olhar para a viabilização deste investimento e passar a acreditar naquilo de que somos capazes”.