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Covid-19: Alunos do Politécnico de Leiria regressam a Portugal por não terem aulas na China

LUSA
12-02-2020 17:00h

Vinte e quatro estudantes do Politécnico de Leiria que estudam em Macau e Pequim regressaram a Portugal por estarem sem aulas, que estão suspensas por tempo indeterminado devido ao coronavírus, confirmou hoje a instituição universitária.

"O Politécnico de Leiria tem uma licenciatura em Tradução e Interpretação Português-Chinês/Chinês-Português em que os estudantes portugueses, obrigatoriamente, passam um ano em Macau e um ano em Pequim. Pelo adiamento, por tempo indeterminado, do início do segundo semestre, os nossos estudantes, com o nosso apoio, decidiram regressar a Portugal", disse à agência Lusa o presidente do Politécnico de Leiria, Rui Pedrosa, numa resposta por escrito.

Segundo o presidente do Politécnico, os estudantes tiveram ainda o acompanhamento e suporte da embaixada de Portugal.

"Numa articulação com as autoridades de saúde, 21 estudantes chegaram no dia 10 de fevereiro. Estes estudantes foram recebidos pelo Politécnico de Leiria no aeroporto, de acordo com as recomendações das autoridades de saúde", adiantou.

Outros três estudantes de Macau já tinham chegado anteriormente e "foram sujeitos a um rastreio antes de virem para Portugal".

"Em relação a esta situação, o Politécnico de Leiria recebeu os estudantes no aeroporto e está a seguir todas as recomendações das autoridades locais de saúde", referiu ainda Rui Pedrosa.

O presidente assegurou ainda que o Politécnico de Leiria "está a acompanhar de perto esta situação e tem feito comunicações regulares com a comunidade académica de modo a manter a tranquilidade e normalidade no seu funcionamento".

A epidemia provocada pelo coronavírus detetado em Wuhan causou já 1.115 mortos, dos quais 1.113 na China continental, onde se contabilizam mais de 44 mil infetados, 2.015 detetados nas últimas 24 horas, segundo o último balanço divulgado.

De acordo com as autoridades de saúde de Pequim o número de mortos nas últimas 24 horas foi de 97.

O balanço é superior ao da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que entre 2002 e 2003 causou a morte a 774 pessoas em todo o mundo, a maioria das quais na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior.

O novo vírus, que provocou um morto em Hong Kong e outro nas Filipinas, atinge também a região chinesa de Macau (8 casos de infeção, porque dois tiveram hoje alta) e mais de duas dezenas de países, onde os casos de contágio superam os 350.

Na Europa, contam-se desde segunda-feira 43 infetados, com quatro novos casos detetados no Reino Unido, onde a propagação do vírus foi declarada uma "ameaça séria e iminente para a saúde pública".

A situação motivou a marcação de uma reunião de urgência de ministros da Saúde dos países da União Europeia para quinta-feira, em Bruxelas, enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) enviou uma equipa de especialistas para a China para acompanhar a evolução.

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