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Vírus: Britânico ligado a casos de coronavírus diz estar "totalmente recuperado"

LUSA
11-02-2020 13:49h

Um empresário britânico que contraiu o novo coronavírus detetado em dezembro na China e que pode ter propagado o vírus nas suas viagens anunciou hoje estar "totalmente recuperado".

Steve Walsh, proveniente da cidade de Hove, no sul da Inglaterra, foi infetado pelo novo coronavírus numa conferência em Singapura, em janeiro.

Na viagem de regresso ao Reino Unido, o empresário esteve durante vários dias num chalé de uma estância de esqui nos Alpes franceses, onde vários britânicos, incluindo uma criança de nove anos, foram diagnosticados com o vírus.

Cinco pessoas foram hospitalizadas na França e um homem na ilha espanhola de Maiorca.

Walsh está ainda ligado a pelo menos outros cinco casos de coronavírus, incluindo dois médicos, no Reino Unido.

Um desses médicos trabalhava num centro médico de Brighton que fechou.

"Gostaria de agradecer ao NHS [Serviço Nacional de Saúde] pela ajuda e cuidados. Estou totalmente recuperado e os meus pensamentos estão com aqueles que contraíram o coronavírus", declarou Walsh em comunicado escrito do hospital londrino, onde ainda se encontra em quarentena.

O empresário britânico explicou que entrou em contacto com os serviços de saúde assim que percebeu que tinha sido exposto a um caso confirmado do novo coronavírus.

"Fui aconselhado a ir para uma sala isolada no hospital, apesar da ausência de sintomas, e depois permanecer isolado em casa", indicou.

"Quando o diagnóstico foi confirmado, fui encaminhado para uma unidade de isolamento no hospital, onde ainda estou, e, como precaução, a minha família também foi aconselhada a permanecer em isolamento", elucidou Walsh.

Apelidado de "super propagador" pela imprensa popular britânica, este homem é um responsável de vendas, de cerca de 50 anos, e pai de dois filhos, segundo o tabloide The Daily mail.

A epidemia provocada pelo coronavírus detetado em Wuhan causou já 1.018 mortos, dos quais 1.016 na China continental, onde se contabilizam mais de 42 mil infetados, segundo o balanço hoje divulgado.

Na segunda-feira, de acordo com os dados anunciados pela Comissão Nacional de Saúde da China, registaram-se no território continental chinês 108 mortes e foram detetados 2.478 novos casos de infeção, para um total de 42.638, em especial na província de Hubei (centro), onde perto de 60 milhões de pessoas permanecem em quarentena.

O novo vírus, que provocou um morto em Hong Kong e outro nas Filipinas, atinge também a região chinesa de Macau (10 casos de infeção) e mais de duas dezenas de países, onde os casos de contágio superam os 350.

Na Europa, contam-se desde segunda-feira 43 infetados, com quatro novos casos detetados no Reino Unido, onde a propagação do vírus foi declarada uma “ameaça séria e iminente para a saúde pública”.

A situação motivou a marcação de uma reunião de urgência de ministros da Saúde dos países da União Europeia para quinta-feira, em Bruxelas, enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) enviou uma equipa de especialistas para a China para acompanhar a evolução.

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