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Vírus: Mais de trinta brasileiros repatriados de Wuhan iniciam quarentena

LUSA
10-02-2020 10:07h

Mais de trinta brasileiros repatriados da cidade chinesa de Wuhan, o epicentro do novo coronavírus, aterraram no domingo numa base aérea do estado brasileiro de Goiás, onde vão passar os próximos 18 dias em quarentena.

A operação, batizada Regresso à Pátria Amada Brasil, trouxe desde Wuhan 34 brasileiros para uma base aérea a cerca de 150 quilómetros de Brasília.

Estudantes e famílias brasileiras saíram das aeronaves, com máscaras protetoras a cobrir boca e nariz. Alguns acenavam com pequenas bandeiras brasileiras para as câmaras.

Os repatriados foram depois transferidos para autocarros que os transportaram para hotéis, equipados com Internet, telefones e áreas de lazer.

Os onze tripulantes e sete profissionais de saúde que realizaram a viagem de ida e volta a Wuhan também estarão sujeitos a um período de quarentena.

Vários países já efetuaram o repatriamento dos seus cidadãos de Wuhan, uma cidade com 11 milhões de habitantes, que foi colocada sob quarentena, em 22 de janeiro, com saídas e entradas interditadas pelas autoridades durante período indefinido.

Portugal retirou em 02 de fevereiro vinte cidadãos nacionais de Wuhan, incluindo dois diplomatas e duas mulheres, com dupla nacionalidade brasileira e portuguesa.

Brasília, que inicialmente descartou uma operação de repatriamento, anunciou no mesmo dia que ia enviar um avião.

Antes de pousar em Goiás, a aeronave parou em Varsóvia, onde seis polacos repatriados junto com os brasileiros foram transferidos para as autoridades locais.

O jornal brasileiro Folha de S. Paulo informou que o Brasil recebeu pedidos semelhantes de vários países da América do Sul, incluindo a Bolívia, Costa Rica, Argentina ou Colômbia.

O mesmo jornal disse que a decisão do Brasil de trazer apenas os polacos se deveu à afinidade "ideológica" entre o atual Governo de Jair Bolsonaro e o atual líder conservador da Polónia, Andrzej Duda, uma das principais figuras da direita europeia.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros brasileiro negou as alegações e disse que foi "impossível atender ao apelo para transportar mais de 80 passageiros de diferentes nacionalidades" e apontou que Varsóvia foi uma paragem logística e conveniente para reabastecer os aviões.

O Brasil não registou, até à data, casos confirmados do novo coronavírus. O país tem oito casos suspeitos, mas outros 26 analisados anteriormente deram negativo.

As autoridades chinesas elevaram hoje para 908 mortos e mais 40 mil infetados o balanço do surto de pneumonia na China continental causado pelo novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).

No domingo, segundo dados divulgados pela Comissão Nacional de Saúde da China, foram registadas no território continental chinês 97 mortes e detetados 3.000 novos casos de infeção.

O número total de mortes ascende a 910, contabilizando as duas registadas fora da China continental, uma nas Filipinas e outra em Hong Kong.

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