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Covid-19: Vacina da Johnson&Johnson com bons resultados contra variante Delta na África do Sul

LUSA
02-07-2021 12:25h

A vacina de dose única da Johnson & Johnson (J&J) contra a covid-19 mostra resultados positivos na África do Sul contra as variantes Delta e Beta e a imunidade dura pelo menos oito meses, disseram hoje cientistas sul-africanos.

Em conferência de imprensa, a presidente do Conselho de Investigação Médica Sul-africano (SAMRC, na sigla inglesa), Glenda Gray, disse que os estudos realizados no país mostram uma "duração surpreendente" da resposta imunológica da formulação de dose única, embora a sua evolução deva continuar a ser monitorizada, uma vez que até agora têm dados de um período de oito meses.

"Em conclusão, a vacina da J&J funciona bem na África do Sul com a difícil variante Beta que temos. Todos os dados que vimos revelam uma boa resposta imediata e sustentada contra a variante Delta e vemos uma duração surpreendente", disse Gray.

Estes dados são apoiados tanto por estudos laboratoriais, como pelo baixo número de infeções graves detetadas entre os profissionais de saúde sul-africanos que receberam a dose única da J&J como parte de um grande estudo iniciado pela SAMRC em meados de fevereiro.

Dos quase meio milhão de pessoas imunizadas ao abrigo da iniciativa, apenas 1% ficaram infetadas e, dessas, a esmagadora maioria desenvolveu sintomas ligeiros, 4% tinham sintomas moderados e apenas 2% desenvolveram doenças graves.

Os dados compilados pela SAMRC sugerem ainda que a formulação desenvolvida pela Janssen Pharmaceuticals para a J&J "funciona melhor" contra a variante Delta, a primeira detetada na Índia, do que contra a variante Beta, identificada por peritos sul-africanos em finais de 2020, salientou Gray.

Esta notícia é especialmente encorajadora dado o rápido avanço da variante Delta na África do Sul e noutras partes de África, onde o acesso às vacinas continua a ser muito baixo (apenas 2,66% receberam quaisquer doses), disse.

A variante Delta já está presente em 13 países africanos e a sua expansão está a desencadear infeções na atual terceira vaga de covid-19 no continente, com situações muito mais críticas a nível de saúde do que as registadas no passado.

Na África do Sul, o grande epicentro da covid-19 no continente, com quase 2 milhões de infeções acumuladas e mais de 61 mil mortes, segundo dados oficiais, a variante Delta está mesmo a anular a variante Beta, que por sua vez se tinha sobreposto a anteriores variantes do novo coronavírus.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.949.567 mortos no mundo, resultantes de mais de 182,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. 

A doença respiratória é provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China. 

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