SAÚDE QUE SE VÊ

Myanmar: Human Rights Watch pede libertação imediata de Aung San Suu Kyi

LUSA
14-06-2021 08:27h

A organização não-governamental Human Rights Watch considera "pouco provável" que o julgamento Aung San Suu Kyi seja justo e pede a libertação imediata da líder deposta de Myanmar, antiga Birmânia.

O julgamento da dirigente da Liga Nacional para a Democracia começa hoje em Naipyitaw, a capital administrativa de Myanmar.

Phil Robertson, subdiretor da Human Rights Watch (HRW) para a Ásia criticou através de um comunicado que as restrições impostas fazem com que Aung San Suu Kyi seja impedida de aceder aos advogados num tribunal controlado pela Junta Militar. 

"É pouco provável que tenha um julgamento justo", disse Robertson. 

"As acusações contra Aung San Suu Kyi são falsas e têm motivação política com vista a anular os resultados eleitorais alcançados em novembro de 2020 impedindo-a que se apresente outra vez. Todas as acusações deveriam ser retiradas", afirmou acrescentando que a dirigente política deve ser libertada "imediatamente e incondicionalmente".

Além de Aung San Suu Kyi, 75 anos, vão também ser julgados o ex-presidente da Birmânia, Win Myin, e o ex-governador da capital, Myo Aung.  

A antiga conselheira de Estado e ministra dos Negócios Estrangeiros é acusada de não respeitar as normas de segurança estabelecidas para combater a propagação da pandemia de covid-19, podendo ser condenada a três anos de prisão.

Aung San Suu Kyi é também acusada de incitação à mobilização pública, importação ilegal de dispositivos eletrónicos de telecomunicações e de violação da lei das Telecomunicações.

Para Robertson, a Junta Militar vai continuar a acumular casos adicionais contra a dirigente de Myanmar para neutralizar a atividade política da Liga Nacional para a Democracia "para que não possa desafiar o regime militar".

O Exército de Myanmar justifica o golpe de Estado, do passado dia 01 de fevereiro, declarando que ocorreram fraudes eleitorais nas eleições do passado mês de novembro cuja vitória foi alcançada pela Liga Nacional para a Democracia. 

MAIS NOTÍCIAS