O diretor-geral de Epidemiologia e Segurança Sanitária da Guiné-Bissau, Salomão Crima, disse hoje à Lusa que o país iniciou o serviço de vigilância e de controlo de passageiros que estejam a entrar nos postos fronteiriços devido ao novo coronavírus.
Uma equipa composta por 15 agentes de saúde foi destacada, para, em turnos, monitorar os passageiros que cheguem ao aeroporto Osvaldo Vieira, em Bissau, assinalou Salomão Crima.
Munidos de termómetros a laser, os técnicos tentam perceber se o passageiro está com temperatura corporal acima dos 37,7 graus, se tem tosse e ainda se apresenta dificuldades respiratórias.
O passageiro que apresentar esse quadro, é ainda submetido a um inquérito para determinar se, nos últimos 14 dias esteve em viagem para uma das regiões do mundo onde foi declarada a existência do novo coronavirus ou se esteve num espaço físico com alguém infetado com a doença.
Em caso de suspeita e após os procedimentos, a pessoa será imediatamente isolada para a recolha das amostras vitais que serão encaminhadas ou para o laboratório do Instituto Pasteur no Senegal ou para o laboratório da Saúde Pública de Lisboa, indicou Salomão Crima.
" O Ministério da Saúde está a tentar arranjar, através de um parceiro, os reagentes para que passemos a fazer as análises no país", observou ainda Crima, adiantando que uma circular foi emitida pela ministra da Saúde, Magda Robalo, a informar as direções regionais sobre a necessidade de serem adotadas as mesmas medidas de controlo nos postos fronteiriços terrestres.
As regiões de Bafatá, leste, Cacheu, norte, e Tombali, no sul, são as zonas mais vulneráveis, tendo em conta a sua proximidade às fronteiras terrestres, segundo o diretor geral da Epidemiologia e Segurança Sanitária da Guiné-Bissau.
A China elevou para 259 mortos e quase 12 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).
Todas as novas 46 mortes ocorreram em Hubei, a província central da China que é o foco do surto que começou em dezembro.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais casos de infeção confirmados em 24 outros países, com as novas notificações na Rússia, Suécia e Espanha.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional.