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Covid-19: CDS defende criação de “mega” centros de vacinação, testagem e rastreio

LUSA
15-02-2021 17:15h

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos defendeu hoje a criação de "mega" centros de vacinação, como na Alemanha, para "massificar" a inoculação da população e atingir a imunidade de grupo que permitirá ao país "reconquistar alguma liberdade".

"Nós estamos a centralizar a atividade de vacinação e rastreio nos centros de saúde. Isso é um erro porque os centros de saúde já não têm mãos a medir, sobretudo para os doentes não covid, que estão a ser deixados para trás. O CDS defende que a vacinação, tal como a atividade de rastreio e testagem, deve ser alargada a centros muito amplos, à semelhança daquilo que fez a Alemanha e que sejam entregues às nossas Forças Armadas", referiu.

O líder do CDS, que falava aos jornalistas no final de uma visita aos Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima, afirmou que a "Alemanha criou grandes centros de vacinação, coordenados pelas Forças Armadas, que têm critérios muitos específicos para a prioridade na administração da vacina.

"Isso o permite que haja uma massificação da vacinação, que não ocorram falhas por assimetrias de informação entre os vários eixos onde neste momento está a ser feita a vacinação, que são os centros de saúde. O CDS tem sido muito crítico em relação a isso. Que se aumente a capacidade nesses mesmos centros quer de rastreio, quer de testagem", insistiu.

Francisco Rodrigues dos Santos propões o envolvimento das Forças Armadas por considerar que o trabalho de "rastreio de contactos não é necessário ser feito profissionais de saúde".

"Isso é um trabalho de secretaria, administrativo, de contacto de pessoas e identificação de infetados. Também para o tratamento e vacinação as nossas Forças Armadas têm meios. Contribuiríamos para um aumento da escala das vacinas que são administradas por dia. Esse é um dos principais problemas do nosso país é não termos mega centros de vacinação, testagem e rastreio", reforçou.

Para o líder do CDS, "o sucesso", na luta contra a pandemia de covid-19 "depende da imunidade de grupo".

"Só a partir daí é que poderemos ver reconquistada alguma liberdade, para que o país volte à normalidade e não continuemos a penalizar a nossa economia e cujos apoios não estão a chegar , continua a haver muita burocracia, as linhas de crédito estão esgotadas e temos gente com imensas dificuldades em manter postos de trabalho e outras que vão que, infelizmente, abrir insolvência", explicou.

O presidente do CDS adiantou que o "rastreio é fundamental para se saber o número de pessoas que estiveram em contacto com infetados".

"Hoje em dia, 86% das pessoas não sabe onde contraiu o vírus e demoramos seis dias a fazer uma identificação das cadeias de contágio. O problema é que o Governo acumula erros atrás de erros , promessas atrás de promessas e, no terreno, não se vê a materialização dessas mesmas políticas. Há um ano que estamos a falar num aumento dos rastreados de saúde pública que nunca veio a acontecer", disse.

Preconizou ainda o envolvimento "dos hospitais particulares e sociais e das farmácias neste esforço coletivo".

"Isto é um problema, uma vez mais de planeamento e organização e de antecipação de acontecimentos que o Governo infelizmente não está a conseguir lidar bem e que já se provou que tem resultados bastante negativos para todo o país", observou.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.400.543 mortos no mundo, resultantes de mais de 108,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 15.411 pessoas dos 787.059 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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