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Vírus: Testes preliminares a passageiros retidos num cruzeiro em Itália dão resultado negativo

LUSA
30-01-2020 18:41h

Os testes médicos preliminares realizados a um casal chinês que consta entre as 7.000 pessoas hoje retidas num navio cruzeiro em Itália e que apresentou sintomas associados ao novo coronavírus deram negativo, divulgou o Ministério da Saúde italiano.

A mesma fonte ressalvou, porém, que ainda aguarda o resultado final das análises.

“Os primeiros testes pareceram dar resultados negativos, mas ainda estamos a aguardar o resultado final”, afirmou, em declarações à agência noticiosa France-Presse (AFP), uma fonte do ministério.

A mesma fonte do Ministério da Saúde italiano não conseguiu precisar quando será conhecido o resultado final das análises realizadas ao casal chinês suspeito de contágio com o novo coronavírus, que foi detetado inicialmente na China.

Contactado pela AFP, o Hospital Spallanzani, em Roma, unidade especializada em doenças infecciosas que realizou as análises, esclareceu que “os técnicos” daquela unidade hospitalar indicaram que "serão necessárias 48 horas para ter um resultado definitivo”.

Cerca de 7.000 pessoas, passageiros e tripulação, encontravam-se hoje retidas a bordo de um navio da companhia de cruzeiros Costa Cruzeiros no porto de Civitavecchia, uma cidade costeira nas imediações de Roma, e impedidas de desembarcar devido a suspeitas de eventuais casos de contágio do novo coronavírus.

Durante hoje à tarde, informações não confirmadas avançaram que cerca de 1.100 passageiros tinham, entretanto, desembarcado.

O presidente da câmara daquela cidade costeira opôs-se de forma veemente ao desembarque das pessoas.

“Tenho de proteger a saúde dos meus concidadãos. Neste momento, apenas a bagagem será retirada do navio, não os passageiros. Ainda estamos à espera dos resultados dos testes do Hospital Spallanzani", afirmou o autarca de Civitavecchia, Ernesto Tedesco.

O novo coronavírus (2019-nCoV) foi detetado pela primeira vez na cidade de Wuhan, na província de Hubei (centro da China), no fim do ano.

O mais recente balanço das autoridades chinesas dá conta de 170 mortos, todos verificados na China, e mais de 7.700 pessoas infetadas.

Além do território continental da China, foram reportados casos de infeção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos da América, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Austrália, Canadá, Alemanha, França (primeiro país europeu a detetar casos), Finlândia, Índia, Filipinas e Emirados Árabes Unidos.

Vários países acionaram nos últimos dias planos para retirar os respetivos cidadãos que tivessem manifestado vontade de sair do território chinês.

Um grupo de 17 portugueses, que se encontram em Wuhan, cidade atualmente isolada e em quarentena, vai ser retirado na sexta-feira, disse hoje um deles à agência Lusa.

O avião, que vai fazer o repatriamento dos cidadãos portugueses e de outros europeus desde aquela cidade, saiu hoje de manhã do aeroporto de Beja.

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