O Presidente da República afirmou terça-feira estar a acompanhar a situação relacionada com o novo coronavírus e adiantou que, até agora, a comunidade portuguesa na China “ainda não foi atingida” e, em Portugal, “não há nenhum caso” provado de contaminação.
“O Governo tem acompanhado isto a par e passo, dia a dia. Eu tenho acompanhado porque me é comunicado aquilo que se passa e, felizmente, há todas as condições, até agora, para podermos dizer que a nossa comunidade lá não foi atingida e que cá ainda não há nenhum caso que possa ser considerado como provado de contaminação”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, que falava em Sabrosa, distrito de Vila Real, após a apresentação do livro “Cartas a Miguel Torga”.
O chefe de Estado referiu que já está também “tudo preparado para o seu acolhimento cá, em condições de saúde consideradas as adequadas”.
“O Governo tem acompanhado atentamente esta matéria, aliás apoiado no embaixador de Portugal na República Popular da China, e já teve ocasião de dizer o que está a preparar para repatriar para Portugal aqueles que queiram vir, naquelas áreas ou regiões que são, porventura, as mais complicadas e onde o problema se coloca com maior gravidade”, frisou.
Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pelos jornalistas sobre o processo de repatriamento mais avançado por parte de outros países e na resposta declarou que “são situações diferentes”.
“Há países que têm centenas de cidadãos e que, portanto, puderam recorrer a uma solução que englobava todos eles. A comunidade portuguesa é muito pequena e, portanto, isto obriga a encontrar soluções de conjunto. E o Governo tem estado a encontrar soluções de conjunto que permitam, o mais rapidamente possível, trazer aqueles que queiram vir”, salientou.
A União Europeia vai enviar dois aviões, entre quarta e sexta-feira, à região chinesa de Wuhan para repatriar 250 franceses e outros 100 cidadãos europeus que o solicitem, independentemente da nacionalidade.
Questionado sobre se os portugueses poderão vir no segundo avião, o Presidente da República disse que o Governo é que “terá de informar”.
A China elevou para 106 mortos e mais de 4.000 infetados o balanço do novo coronavírus detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).
As autoridades de Pequim confirmaram a primeira morte na capital chinesa de uma pessoa infetada pelo novo coronavírus (2019-nCoV), um homem de 50 anos que esteve na cidade de Wuhan, em 08 de janeiro.
Um primeiro caso confirmado na Alemanha de contaminação com este vírus foi registado esta segunda-feira, o segundo país afetado da Europa, depois de França.
Além do território continental da China, também foram reportados casos de infeção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, França, Alemanha, Austrália e Canadá.
As autoridades chinesas admitiram que a capacidade de propagação do vírus se reforçou.
As pessoas infetadas podem transmitir a doença durante o período de incubação, que demora entre um dia e duas semanas, sem que o vírus seja detetado.