O concurso para as obras da face C, no valor de 60 milhões de euros, do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E) será lançado no segundo semestre deste ano, indicou hoje o Ministério da Saúde.
“Este investimento, cujo lançamento do concurso se prevê no segundo semestre de 2020 e que possa estar terminado no final de 2022, está na fase de elaboração de projeto”, refere uma resposta escrita enviada pela tutela à agência Lusa.
Contactado o Ministério da Saúde, este referiu que o final do concurso internacional “deverá acontecer em 2022”, pelo que o início da obra “estima-se para 2023”.
Em causa uma empreitada, a face C de obras no CHVNG/E, que, acordo com dados da tutela, “permitirá, antes de mais, garantir a integridade do edificado das fases A e B”.
“Referir que a opção por uma construção faseada determina a necessidade de continuidade da obra, sem qualquer interrupção, sob pena de degradação do edificado construído e de graves impactos para a atividade assistencial do hospital”, descreveu à Lusa o gabinete da ministra Marta Temido.
Na fase C “será possível integrar os serviços da Unidade 02 na Unidade 01, concentrar os serviços de internamento num único núcleo central, sem qualquer dependência de transportes para o doente internado, bem como aumentar a capacidade instalada do bloco operatório e garantir condições de dignidade, segurança e conforto do doente internado”, acrescentou a tutela.
Esta obra integra o Plano de Reabilitação Integrado, no valor total de cerca de 86 milhões de euros, que o CHVNG/E tem em curso.
Este plano tem três fases previstas, tendo como “principais objetivos centralizar serviços, organizar o Hospital Eduardo Santos Silva [em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto] de modo a possibilitar a ligação entre os três pavilhões principais e qualificar e redimensionar alguns serviços, nomeadamente o Serviço de Urgência”.
O Ministério da Saúde precisou, ainda, que a fase A, no valor de aproximadamente 13 milhões de euros, está concluída e consubstancia-se na construção de um novo edifício hospitalar, incluindo a sua ligação aos pavilhões, acabamento parcial do serviço de radiologia e aquisição de alguns equipamentos.
Quanto à fase B – que está em execução com um investimento estimado de 13 milhões de euros, dos quais cerca de seis milhões são fruto de financiamento comunitário – a tutela prevê a conclusão total da intervenção ainda no primeiro semestre de 2020.
“Nesta fase está prevista a construção do serviço de urgência, construção de uma unidade de internamento, com 30 camas, e a conclusão do serviço de radiologia”, descreve o Ministério da Saúde.
Esta informação surge depois de, a 10 de janeiro, no parlamento, Marta Temido ter referido que “o terceiro vértice da ação governativa é o investimento na rede Serviço Nacional de Saúde [SNS]”, tendo dado exemplos de investimentos futuros, entre os quais o do CHVNG/E.
“Incluem-se aqui decisões de investimento já tomadas, como a construção dos hospitais de proximidade de Sintra e do Seixal ou o novo hospital central do Alentejo, mas também os investimentos já autorizados pelo programa de investimentos na área da saúde, aprovado em 2019. E incluir-se-ão ainda aqui os investimentos previstos no plano de melhoria da resposta do SNS que significam cerca de 190 milhões de euros adicionais para novas prioridades, como a fase C do hospital de Gaia ou a maternidade de Coimbra”, disse a ministra.
A propósito desta afirmação, em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, frisou que “esta é uma absoluta prioridade” para este Município, sublinhando que este é um hospital “de grande relevância para a cidade e para a região”.
“As afirmações da ministra da Saúde vão no sentido da prioridade afirmada pelo Município e pelo Governo, assumindo a obra de requalificação integral do hospital de Gaia. Esta é uma absoluta prioridade para o Município de Gaia, pelo que não escondemos a nossa alegria”, referiu o autarca.
Eduardo Vítor Rodrigues apelidou o investimento como “absolutamente estratégico” porque, acrescentou, “permitirá a afirmação do novo hospital no quadro dos serviços públicos de saúde, melhorando a capacidade de resposta do hospital aos gaienses”.
“Acompanharemos com todo o interesse este processo, de forma ativa e empenhada e sempre com elevado sentido de cooperação com o Governo, mas também cientes da urgência deste investimento”, concluiu o autarca.