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Covid-19: Fizemos tudo o que estava ao alcance para evitar este confinamento – Costa

LUSA
14-01-2021 21:07h

O primeiro-ministro considerou hoje que se fez tudo o que estava ao alcance para evitar agora um novo confinamento geral, admitindo que as medidas menos restritivas no período de Natal motivaram também comportamentos menos restritivos.

Esta posição foi assumida por António Costa em entrevista à TVI, horas antes de entrar em vigor o confinamento geral para contenção da covid-19, que se prolongará pelo menos até 30 de janeiro.

"Acho fizemos tudo o que estava ao nosso alcance, coletivamente o país, para evitarmos esta situação", declarou o líder do executivo, numa alusão ao crescimento de casos diários de novas infeções com o novo coronavírus e de óbitos por covid-19 em Portugal, sobretudo na presente semana.

António Costa defendeu que o país foi resistindo "à segunda onda" da covid-19 através de confinamentos sobretudo ao fim de semana e admitiu que as medidas menos restritivas aplicadas no período de Natal estão entre os fatores que causaram a expansão da epidemia.

"O facto de não termos medidas mais restritivas no Natal, seguramente, levou também as pessoas a terem comportamentos menos restritivos", disse.

Neste ponto, o primeiro-ministro alegou que o "princípio fundamental, que gerou grande consenso na sociedade portuguesa nessa altura [do Natal], era combinar a responsabilidade individual com a responsabilidade coletiva".

"Não vale a pena revisitarmo-nos no passado e apontarmos uns aos outros os culpados. Se é mais prático dizer que foi o Governo, que fui eu, ficamos com o caso arrumado, mas não resolve o problema. O essencial não é isso. Há outros fatores que os cientistas têm apontado", argumentou o líder do executivo, dando como exemplo a atual "onda de frio".

E, seguida, observou que o ritmo de aumento dos casos de infeção com o novo coronavírus está também a verificar-se em países da Europa que adotaram medidas mais duras no Natal.

"Não há um julgamento coletivo a fazer. Sabemos todos que vivemos sempre num equilíbrio no fio da navalha: Quando aligeiramos as medidas, aumenta a pandemia; quando aumentamos as medidas, atinge-se duramente a economia. Mas privilegiamos sempre a situação sanitária e agora não podemos hesitar", declarou.

O primeiro-ministro referiu-se depois a situações de "memória curta" no plano político, dizendo que ainda há uma semana o PSD dizia que "era preciso alargar o período de funcionamento dos restaurantes das 13:00 para 15:30 aos sábados e domingos".

"Para que não está ao volante, é muito fácil dar palpites. Há 15 dias a discussão não era sobre qual a razão para não fechar já, mas era sobre a razão de não abrir mais. Convido a ver as declarações que o líder da oposição [Rui Rio] fez", acrescentou.

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