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Trabalhadores de serviços hospitalares levaram moção ao parlamento

LUSA
14-12-2020 14:04h

Trabalhadores da restauração e serviços de apoio aos hospitais concentraram-se hoje em frente ao parlamento, onde deixaram uma moção a exigir aumentos salariais e o direito ao prémio de compensação atribuído aos profissionais de saúde.

Estes trabalhadores, que estão em greve hoje e na terça-feira, alegam que trabalham 40 horas semanais e que estiveram na linha da frente para assegurarem as refeições de doentes com covid-19.

A greve, convocada pela Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT), afeta à CGTP, está a registar “uma grande adesão” em vários pontos do país, segundo os organizadores, embora não tenham sido avançados números durante a ação de protesto que decorreu esta manhã.

Os trabalhadores aprovaram, em São Bento, uma moção para exigir negociações salariais e alertar para o que classificaram de condições de trabalho “horríveis e violentas” no Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH).

De acordo com os dirigentes sindicais, as administrações têm recusado reuniões com os trabalhadores “a pretexto da pandemia”, justificando ser realizados encontros presenciais neste momento, devido às medidas de contenção da covid-19.

De acordo com os manifestantes, não está também assegurado que estes funcionários estejam incluídos no grupo prioritário de vacinação contra a covid-19.

Presente no protesto, a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, afirmou que estes trabalhadores devem ser considerados profissionais de saúde e tratados em situação de igualdade, com os mesmos direitos, nomeadamente o acesso ao prémio de compensação.

Nos cartazes que exibiram em frente à Assembleia da República podiam ler-se frases como “Todos queremos subsídio de risco e compensação salarial”, “Exigimos respeito e melhores salários” e “Exigimos contratação de pessoal”.

Segundos os números apresentados pela organização da iniciativa, 90% do pessoal neste setor ganha o salário mínimo nacional.

“Estes trabalhadores estão aqui concentrados para exigirem aumentos salariais e melhores condições de vida. São essenciais ao funcionamento dos hospitais”, disse aos jornalistas Isabel Camarinha antes de discursar perante os manifestantes, incentivando-os à luta.

Para a dirigente da CGTP, o governo tem de garantir já justiça e igualdade para estes trabalhadores, face aos restantes.

Também o PCP se fez representar na manifestação, com a deputada Paula Santos a manifestar o apoio do partido às reivindicações dos trabalhadores.

“Não é por vivermos em pandemia que os direitos podem ser desrespeitados, pelo contrário. Estes trabalhadores têm de ter a sua saúde protegida. São essenciais para manter os serviços de saúde a funcionar”, declarou a parlamentar, lembrando que o PCP defende o aumento do salário mínimo para 850 euros.

Os trabalhadores têm também reuniões pedidas aos ministérios do trabalho e da economia e prometeram voltar a manifestar-se junto da Assembleia da República se as reivindicações não forem atendidas.

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