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Covid:19 - “Estamos tendo um aumento muito importante do número de casos. Em São Paulo, o RT está em 1,6” – afirma pneumologista e investigadora da Fundação Oswaldo Fio Cruz

CANAL S+ / VD
27-11-2020 19:28h

Na linha da frente, desde o início da pandemia da COVID-19, a pneumologista Margareth Dalcolmo está preocupada com o aumento do número de casos registado, nas últimas semanas, no Brasil. A investigadora da Fundação Oswaldo Fio Cruz, com sede no Rio de Janeiro, garante que “o RT em São Paulo está em 1,6”.

Esta semana, o Brasil ultrapassou os 6 milhões de casos confirmados de infecção pelo SARS-COV-2, com um total acumulado de mortes a aproximar-se rapidamente das 180 mil vítimas.

Ao Canal S+, Margareth Dalcolmo congratula-se, apesar de tudo, com o protagonismo que o Brasil tem vindo a ter com as vacinas que se encontram em fase 3 de ensaios clínicos, recorrendo a seres humanos. A pneumologista mostra-se confiante no acordo de transferência de tecnologia fechado entre a Fundação Oswaldo Fio Cruz e a Astrazeneca/Universidade de Oxford que vai permitir fabricar a vacina em laboratórios brasileiros, ao mesmo tempo que por iniciativa do Estado de São Paulo existe uma parceria para distribuir a vacina chinesa da Sinovac.

Para Margareth Dalcolmo trata-se de “um acordo extremamente bem feito (…) com um custo humanitário”. A pneumologista adianta que cada vacina da Astrazeneca/Oxford/Fundação Fio Cruz vai custar cerca de 3,16 dólares.

 

Nesta entrevista ao Canal S+, a investigadora da Fundação Oswaldo Fio Cruz não está preocupada com a distribuição da vacina no Brasil, dado que “O Brasil tem uma tradição por causa do Programa Nacional de Imunização (PNI) muito grande, premiada várias vezes a nível internacional”, afirma Margareth Dalcolmo.

A pneumologista sublinha que “há uma logística com experiência acumulada” que permite chegar à Amazónia e às regiões litorais mais remotas sem problemas. Acresce ainda no caso da vacina da Astrazeneca/Oxford/Fundação Fio Cruz que as duas doses previstas podem ser armazenadas em frigoríficos domésticos, o que representa uma grande vantagem no armazenamento e consequente distribuição.

Margareth Dalcolmo que no decurso da pandemia acabou por ser infectada pelo SARS-COV-2 mas conseguiu recuperar, está convencida que “todas as vacinas que se encontram na fase 3 de ensaios clínicos serão aprovadas” pelos organismos reguladores internacionais como seja, o norte-americanos FDA – Food and Drug Administration; - ou a EMA – Agência Europeia dos Medicamentos.

A investigadora brasileira acredita que, no primeiro trimestre de 2021, as vacinas actualmente em fase 3, obtenham as devidas licenças internacionais e a vacinação possa arrancar no Brasil, cumprindo as prioridades já definidas pelas autoridades de saúde. Margareth Dalcolmo acredita que durante o próximo ano cerca de 130 milhões de brasileiros sejam vacinados contra a COVID-19, impedindo assim mais mortes.

As prioridades de vacinação contra a COVID-19 no Brasil foram definidas pela ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

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