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“Certamente que terá havido um grande número de diagnósticos, tratamentos e de cirurgias adiadas”, afirma presidente do Clube Português do Pâncreas

CANAL S+ / VD
19-11-2020 18:38h

No Dia Mundial de Luta contra o Cancro do Pâncreas, Ana Caldeira afirma que “terá havido um grande número de diagnósticos, tratamentos e de cirurgias adiadas por causa da pandemia da COVID-19.

Ao Canal S+, a presidente do Clube Português do Pâncreas admite que ainda não dispõe de números, mas é certo que esse balanço acabará por ser feito.  A neoplasia do Pâncreas é, neste momento, a terceira causa de morte por cancro em toda a Europa, mas estudos recentes indicam que em 2035 passe a ser a segunda.

Perante o crescimento desta patologia oncológica, a médica do Serviço de Gastrenterologia do Hospital Amato Lusitano, em Castelo Branco, destaca a dificuldade do diagnóstico por um lado; e por outro, o difícil acesso ao próprio órgão, que na verdade, funciona como uma glândula.  

Esta patologia oncológica, na maior parte dos casos “silenciosa”, tem na sua origem “estilos de vida” pouco saudáveis como o tabagismo, o alcoolismo ou a obesidade e afeta, sobretudo, os homens com mais de 70 anos, mas recentemente tem-se verificado uma tendência crescente nas faixas etárias mais novas, entre os 50 e os 70 anos.

A presidente do Clube Português do Pâncreas explica que “Nunca é apenas um fator, mas um conjunto de fatores que estão na origem de um cancro”. Ana Caldeira sublinha a importância que se deve dar, cada vez mais, aos doentes diabéticos. Uma franja da população que constitui grupo de risco para a neoplasia do pâncreas e que deve ser vigiada o mais possível.

Segundo a médica do Serviço de Gastrenterologia do Hospital Amato Lusitano, em Castelo Branco, a cirurgia continua a ser “o único tratamento curativo, sendo que apenas 20% dos doentes que chegam até nós, têm um estadio de doença capaz de resolver com cirurgia.” Nestes casos, é aplicada uma “terapia neoadjuvante com recurso a quimioterapia para reduzir a neoplasia” e, por conseguinte, o estadio do cancro, até que esteja em condições de ser operável.

A presidente do Clube Português do Pâncreas dá nota positiva a Portugal no combate à doença. Para Ana Caldeira “o país é pequeno, mas tem ótimos profissionais e centros de referência de absoluta excelência no diagnóstico e tratamento", atesta a especialista.

Um estudo nacional, baseado em dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) em colaboração com a Direcção Geral da Saúde (DGS) indica que em 2017, o cancro do Pâncreas provocou a morte a 1500 portugueses.

O Clube Português do Pâncreas é uma secção especializada da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia.

 

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