Os contratos de investimento contratualizados pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal atingiram em 2019 um novo máximo em número e em valor, aproximando-se dos 80 e superando a barreira dos mil milhões de euros.
Os resultados atingidos mostram que “pelo segundo ano consecutivo, foi ultrapassada a barreira dos mil milhões de euros de investimentos contratualizados pela Aicep”, referiu à agência Lusa o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, que participará hoje na cerimónia de assinatura de Contratos Fiscais de Investimentos, numa sessão que terá a presença do primeiro-ministro, António Costa, e do ministro de Economia, Pedro Siza Vieira.
Entre as quase oito dezenas de contratos captados pela AICEP Portugal Global há investimentos de 14 origens geográficas estrangeiras diferentes, incluindo Médio Oriente, várias proveniências da Europa ou ainda EUA.
Este dado indica que também ao nível da diversificação da origem do investimento direto estrangeiro, os dados relativos a 2019 superam os do ano passado, que já tinha sido considerado um “marco” ao nível do número de contratos assinados - cerca de meia centena.
Na quinta-feira, durante uma audição na parlamentar, no âmbito da apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2020 (OE2020), o ministro da Economia referiu que os contratos de investimento estrangeiro captados pela AICEP registaram "um novo máximo" em 2019, tendo o investimento empresarial privado aumentado 9,2%.
"Conseguimos no ano passado o nível máximo de investimento direto estrangeiro no nosso país que alguma vez tivemos", salientou o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital.
No conjunto dos 80 contratos de investimento captados, há mais de uma dezena de setores que se destacam pelo número de projetos, designadamente a indústria automóvel, com cerca de 15 contratos de investimento, o agroalimentar (perto de uma dezena de projetos) ou o turismo (com sete contratos direcionados sobretudo para o Algarve, Porto e Setúbal).
Todos estes dados, afirmou Eurico Brilhante Dias, mostram que Portugal está a conseguir captar mais investimento e diversificado e que o país é atrativo para empresas que operam em setores muito diferenciados, o que dilui eventuais riscos.
À Lusa, o secretário de Estado, salientou que os números de 2019 revelam também uma subida face aos de 2018 no que diz respeito ao número de postos de trabalho criados, e que ascendem a cerca de 7.000.
A este dado, destacou o governante, somam-se os investimentos que vão permitir a manutenção de aproximadamente 20 mil postos de trabalho.
Durante a cerimónia de hoje vão ser entregues os instrumentos relativos a vários destes contratos de investimento (incentivos financeiros), nomeadamente com a Bial, Bluepharma, Bosch Car Multimédia, Hilodi, Kirchoff Automotive Portugal e Stelia.
Está ainda prevista a assinatura de vários contratos fiscais de investimento com a Bosch Tecnologia, a Nozul Algarve, a Panpor - Produtos alimentares ou, entre outras, a Vila Galé Internacinal - Investimentos Turísticos.
Para 2020, perante os contratos em “pipeline” e em negociação, a expectativa é que “volte a ser um bom ano”, com Eurico Brilhante Dias a destacar o trabalho que tem sido e está a ser feito para promover o país e o manter no radar dos investidores estrangeiros.
De acordo com a página oficial da AICEP, esta resultou da fusão, em 2007, entre a API (Agência Portuguesa para o Investimento) e do ICEP (Instituto do Comércio Externo de Portugal). De então para cá, apenas em três ocasiões o valor do investimento dos contratos captados ultrapassou os mil milhões de euros.